O Estado de S. Paulo

Presidente sofre derrota no Senado

- / AP

O mais recente esforço republican­o para revogar e substituir o Obamacare sofreu ontem um revés no Senado, depois que alguns senadores do partido se manifestar­am contra a medida impulsiona­da pelo presidente americano, Donald Trump.

Os anúncios dos senadores Mike Lee, de Utah, e Jerry Moran, de Kansas, de que não votarão pela reforma, põem em dúvida as promessas do Partido Republican­o de derrubar a lei de saúde do ex-presidente Barack Obama. Aparenteme­nte, não há mais nenhum passo a ser dado, por enquanto, para obter a aprovação da reforma.

Tanto Lee quanto Moran disseram que não poderiam apoiar a proposta do líder republican­o, Mitch McConnell, em seu formato atual. Os senadores republican­os Susan Collins, do Maine, e Rand Paul, de Kentucky, já haviam anunciado voto contrário à medida.

A situação piorou esta semana com a cirurgia de emergência feita pelo senador John McCain, que retirou um coágulo da cabeça. Com cinco votos a menos e um Senado dividido em blocos quase iguais, talvez McConnell tenha de recomeçar do zero ou negociar com os democratas, algo que ele tem resistido até agora.

“A proposta de McConnell não revoga o Obamacare nem atende os crescentes custos de atenção à saúde. Pelos mesmos motivos que não apoiei a versão anterior deste plano, também não posso apoiar esta versão”, disse Moran.

Este é o segundo fracasso consecutiv­o de McConnell, que teve de cancelar a votação da versão prévia no mês passado, quando a derrota parecia inevitável. Trump tem se mantido afastado do processo no Senado, mas o ocorrido ontem também representa um duro revés para ele, já que o presidente não conseguiu obter respaldo para o que foi o ponto principal da campanha republican­a durante sete anos, desde que Obama e os democratas aprovaram a reforma do sistema de saúde.

A iniciativa do Senado eliminava obrigações e impostos contemplad­os no Obamacare e punha fim a uma expansão do Medicaid – programa de saúde para cidadãos de baixa renda. Republican­os moderados como Collins considerav­am a proposta muito extrema ao acabar com a cobertura de seguro de milhões de americanos.

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