O Estado de S. Paulo

‘Sósia de Neymar’ adora hambúrguer e quer ir ao funk

Daniel Martins, brasileiro medalha de ouro na prova dos 400 m T20 em Londres, imita o craque para manter a calma

- Glauco de Pierri

Semblante sério, concentraç­ão total. Sorrisos só na hora em que a câmera focaliza seu rosto, que aparece no telão do Estádio Olímpico de Londres e ele é reconhecid­o por cerca de 5 mil pessoas que na noite de ontem assistiram ao quarto dia do Mundial de Atletismo Paralímpic­o. Após pouco mais de 47 segundos, a alegria toma conta de Daniel Martins, o “sósia do Neymar”, que deu ao Brasil a quarta medalha de ouro na competição ao vencer a prova dos 400 metros, classe T20 (deficiênci­a intelectua­l).

“Agora eu estou perto de comer hambúrguer. Eu gosto tanto...”, disse o brasileiro, ainda na zona mista do estádio. Ele venceu com o tempo de 47s66, recorde da competição – o recorde mundial também é seu, 47s22, obtidos no ouro no Jogos do Rio-2016. “Ainda tenho que correr os 800 metros (as eliminatór­ias serão sexta-feira), primeiro eu preciso fazer a prova. Aí vou comer o lanche. Eu não gosto muito de ficar fazendo dieta”, brinca Danielzinh­o, que disse ainda que após o encerramen­to do campeonato quer “ir para o funk e para o McDonald’s”.

Ele afirmou que o semblante ranzinza, parecido com o do ídolo Neymar no momento da cobrança do pênalti contra a Alemanha, na final dos Jogos Olímpicos do Rio, em 2016, é para se manter calmo. “Eu fiquei calmo para a corrida. É que preciso ficar bem calmo, porque, se fico ansioso, eu não vou correr bem. Eu tentei manter o ritmo depois de 300 metros e consegui isso”, disse. A medalha de prata na prova ficou com Damian Carcelen, do Equador (49s20), e o francês Charles Kouakou conquistou o bronze (49s30).

Neymar, ou melhor, Daniel, afirmou que precisa manter os treinos em dia. “Tenho de continuar treinando firme porque os atletas da minha classe estão chegando cada vez mais próximos, estão cada vez mais fortes. As pessoas falam que os 400 m cansam muito, mas eu não sinto tanto, porque tento correr o mais relaxado possível. Não consigo nem explicar a sensação de ser campeão mundial mais uma vez”, afirmou o atleta de 21 anos.

REPÓRTER VIAJOU A CONVITE DO COMITÊ PARALÍMPIC­O BRASILEIRO

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PETER CZIBORRA/REUTERS Pódio. Daniel conquistou quarto ouro do Brasil

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