Rolagem de dívidas da JBS com bancos soma R$ 17 bi
Arenegociação da dívida da JBS com bancos envolveu cerca de R$ 17 bilhões. As instituições financeiras, que incluem Banco do Brasil, Bradesco, Caixa Econômica Federal, Santander, HSBC, Citi e outras estrangeiras, aceitaram rolar tal montante por 24 meses. Em troca, exigiram que 80% do que o grupo J&F obter com a venda de ativos sejam usados para abater a dívida que as empresas da holding possuem com os bancos. O empurrão para que as instituições financeiras aceitassem rolar a dívida no curto prazo foi a venda da Alpargatas, outra empresa do grupo J&F, por R$ 3,5 bilhões. Boa parte dos recursos foi para quitar o saldo do empréstimo de R$ 2,7 bilhões que a holding tomou junto à Caixa para comprar o ativo das mãos da Camargo Corrêa, há cerca de dois anos.
Antes só. O Itaú Unibanco ficou de fora da renegociação da JBS com os bancos e optou por um acerto individual. A cada dois terços que for quitado da dívida, o banco renova um terço. A exposição do Itaú à JBS é em torno de R$ 1,5 bilhão. Procuradas, as instituições não comentaram alegando sigilo bancário. A JBS informou que não fará comentários adicionais à ata da reunião do Conselho de Administração, publicada na última sexta-feira.
Apetite. A demanda pelas ações do Carrefour Brasil em sua oferta inicial de ações (IPO, na sigla em inglês) está perto de superar em 50% o total ofertado, considerando o valor do papel no piso da faixa indicativa, de R$ 15,00. A companhia do setor farmacêutico Biotoscana, por sua vez, tem demanda para cobrir em 2,4 vezes sua emissão e o papel poderá sair acima do piso do intervalo de preço previsto, de R$ 24,50 a R$ 28,50.
» Reta final. As apresentações aos investidores, o chamado roadshow, do Carrefour terminam amanhã, mesmo dia da precificação dos papéis. O início das negociações na B3 está previsto para quinta-feira. Já a Biotoscana adiou o cronograma e sua estreia na bolsa ficou para o dia 25, e a precificação das ações será dia 21. Procuradas, as empresas não comentaram.
» Fôlego. Após superar a meta para este ano, de R$ 60 milhões em investimentos, o Grupo São Francisco, do setor de saúde, planeja desembolsar de R$ 30 milhões a R$ 40 milhões na segunda metade de 2017. Na mira, além do crescimento orgânico, eventuais aquisições. A cifra é mais que o dobro da registrada nos últimos dois anos somados.
» Cofre. O empurrão veio da injeção de cerca de US$ 100 milhões do fundo Gávea, comandado por Armínio Fraga, ex-presidente do Banco Central, em 2016. O foco continua sendo interior de São Paulo e Centro-Oeste. Até aqui, ir além dessas fronteiras não desperta o interesse do grupo, que no mês passado atingiu a marca de 1 milhão de vidas, considerando as atividades de operadora plano de saúde e odontológico.
» Repaginada. Com a concorrência pegando pesado após sua união com o Itaú Unibanco, a XP Investimentos modernizou seu portal para clientes. Investiu R$ 15 milhões e o resultado será conhecido na próxima sexta-feira. A proposta do projeto é oferecer uma navegação mais intuitiva e facilitar a visualização dos investimentos, evolução dos rendimentos e permitir o ajuste de carteira, por meio de gráficos.
» Garimpo. A crise econômica brasileira levou os consumidores a pesquisarem cada vez mais antes de comprar. Foi registrado aumento de 140% no número de visitas a lojas onlines pelo usuário antes da conclusão da compra nos últimos dois anos, mostra pesquisa da Cuponomia. Além disso, as compras na internet feitas com cupons de desconto aumentaram 50% no primeiro semestre deste ano.
Relógio. A perspectiva de turbulência no campo político brasileiro no segundo semestre atinge as emissões de dívida (bônus) feitas por empresas latino-americanas. A pressão do calendário relacionado à votação da denúncia de corrupção passiva contra o presidente Michel Temer não afeta o custo das operações, mas faz com que as empresas acelerem seus planos. Uma delas foi a supermercadista chilena Cencosud, que pensando na possível influência negativa de incertezas no Brasil, aumentou sua emissão. Pretendia captar US$ 850 milhões e, ao ver demanda de quatro vezes o proposto, acabou levando US$ 1 bilhão. Quase metade de suas receitas vem de Brasil e Argentina. GBarbosa, Mercantil Rodrigues, Perini, Bretas e Prezunic são as redes operadas pela chilena por aqui.