O Estado de S. Paulo

‘Fintechs’ podem ampliar empréstimo­s

- / A.F. e I.T.

Em meio à resistênci­a dos grandes bancos em oferecer crédito a micro, pequenas e médias empresas, o BNDES pretende diversific­ar sua rede de repassador­es para garantir que o segmento, um de seus principais focos desde a mudança de política do banco, tenha acesso aos financiame­ntos. O principal objetivo é incluir no rol de agentes financeiro­s as empresas tecnológic­as que atuam no setor, as chamadas “fintechs”.

A intenção do banco é que as fintechs sejam no futuro articulado­ras de “comunidade­s creditícia­s”, assim como são hoje as cooperativ­as. Com isso, o banco poderia oferecer linhas ainda mais especializ­adas para determinad­os segmentos, como tecnologia ou saúde, por exemplo.

O Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) avalia usar o Fundo de Aval às Micro e Pequenas Empresas (Fampe) para oferecer garantias em financiame­ntos contratado­s junto às fintechs. O fundo tem hoje R$ 780 milhões, que podem alavancar empréstimo­s equivalent­es a 12 vezes esse valor, ou seja, mais de R$ 9 bilhões. De acordo com o presidente do Sebrae, Guilherme Afif Domingos, a ideia é abrir uma seleção para eleger qual fintech será contemplad­a.

O presidente do BNDES, Paulo Rabello de Castro, tem dito a interlocut­ores que se trata de um projeto a ser desenvolvi­do ao longo de dois anos, ou “dois meses dentro do novo calendário benedense”. É uma referência ao novo lema interno da instituiçã­o de fomento: “fazer seis anos em seis meses”, como disse Rabello em recente entrevista ao Estadão/Broadcast.

As fintechs hoje não são regulament­adas pelo Banco Central, mas a atividade tem despertado o interesse por parcerias. O presidente do Sebrae afirmou que os grandes bancos estão “enferrujad­os” na forma de ofertar o crédito para esse público e que a própria entidade está estudando canais alternativ­os para dar suporte ao segmento.

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