O Estado de S. Paulo

DE NOVA RÚSSIA AO CENTRO

No último dia, as bikes chegam ao centro da cidade

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O último dia foi o mais leve e com a paisagem mais bonita, cruzando o Parque Nacional do Itajaí. A saída foi do Recanto Paraíso do Miguel (facebook.com/paraisodom­iguel), por onde passa o Ribeirão Garcia, formando piscinas naturais e pequenas quedas d’água entre as pedras.

Embora o sol brilhasse forte naquela manhã, a água estava gelada. Ainda assim, houve quem entrasse na água antes de começar a pedalada. Preferi me refestelar nas pedras, me aquecendo sob o sol e ouvindo o relaxante som da água corrente.

Nesse dia, o grupo pedalou junto o tempo todo. Era domingo, e como o distrito de Nova Rússia, em Blumenau, tem muitos sítios, havia um movimento razoável pela estrada de terra. “Todos pedalam à direita”, avisou Dudu.

Com poucas subidas, a pedalada foi mais contemplat­iva e menos exigente, onde era possível observar o Ribeirão quase o tempo todo. No caminho, passamos por um ponto impression­ante onde, há alguns anos, o curso d’água subiu e arrastou tudo pelo caminho. Uma gigantesca pedra caiu no leito e mudou a margem de lugar. A placa no local explica o impression­ante episódio em detalhes.

A parada para o lanche foi numa ruazinha tranquila, mas já urbanizada. Ouvindo o movimento, dona Otacília saiu de casa e foi conversar com os ciclistas. “Se precisarem de banheiro, podem entrar.” Muitos aceitaram o convite, com alegria (e certo alívio).

Pneu furado

O trecho final da pedalada passa pela BR-470, que tem uma ótima ciclovia por onde se deslocam os moradores da região. E foi nesse trecho que furou o pneu do guia Dudu – o único acidente do tipo durante toda a viagem.

Pneu trocado, seguimos até o centro histórico de Blumenau, passando pelas casas de estilo enxaimel e o icônico prédio da prefeitura. Aos fins de semana, as ruas do centro ficam fechadas para carros, enchendo a região de crianças em suas próprias bicicletas. Pena, porém, é não haver sequer uma loja aberta por lá.

O almoço foi no restaurant­e Thapyoca (thapyoka.com.br), um self-service familiar à beira-rio, com um cardápio repleto de cervejas artesanais e muitos pratos típicos, como joelho de porco, chucrute e pato com molho de maçã. Antes de matar a fome, a despedida: era hora de dizer adeus às bikes, fiéis companheir­as ao longo dos últimos dias.

Para fazer a digestão, ainda dá para passar no Museu da Cerveja, em frente. A entrada é grátis, e o acervo, composto por antigos barris, garrafas, pôsteres e maquinário, pertenceu à antiga Cervejaria Feldmann, de Blumenau. Fundada em 1898, ela produziu seu último lote em 1954. Os objetos se concentram em duas salas – ou seja, dá para visitar tudo rapidament­e.

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FOTOS ADRIANA MOREIRA/ESTADÃO Trecho final. Casas eixamel no centro
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Sossego. A placidez do Ribeirão Garcia, em Nova Rússia

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