O Estado de S. Paulo

Justiça dá cinco dias para Câmara ser desocupada

Milton Leite se queixa do prazo e vai recorrer; se for necessária, retirada de estudantes deve ser feita sem uso de armas

- Bruno Ribeiro

A Justiça de São Paulo deu prazo de cinco dias para o grupo de cerca de 50 manifestan­tes que ocupa a Câmara Municipal deixar o prédio, segundo decisão do juiz Alberto Alonso Muñoz, da 13.ª Câmara de Direito Público da capital. A medida, classifica­da como “elástica” pelo presidente da Casa, vereador Milton Leite (DEM), será alvo hoje de recurso.

“A ordem deverá ser cumprida sem o uso de nenhuma arma, ainda que não letal, pois a situação fática e a natureza dos ocupantes (jovens estudantes) recomenda que assim seja realizada”, determinou o juiz. Ele considerou ainda o fato de que os vereadores conseguira­m fazer sessão plenária em outra sala, o que não atrapalhou os trabalhos do Legislativ­o.

Leite disse que não concorda com as reivindica­ções dos manifestan­tes, em sua maioria estudantes ligados ao PT e à União da Juventude Socialista (UJS), que querem incluir na pauta de votações da Casa três projetos de lei relacionad­os ao plano de desestatiz­ação do governo João Doria (PSDB). Entre eles está o texto de autoria da vereadora Patrícia Bezerra (PSDB), ex-secretária da gestão Doria, que prevê a realização de um plebiscito sobre as privatizaç­ões projetadas pelo prefeito. “Os vereadores têm de ter liberdade para votar”, disse Leite.

Ontem, Doria condenou a invasão à Câmara, dizendo que se tratava de uma “atitude típica daqueles que não são capazes de construir com diálogo”. Afirmou também que a ação fez com que o Executivo e os vereadores tenham “mais vontade” de aprovar os projetos de privatizaç­ão. “Aumenta o nosso desejo de seguir adiante no programa de desestatiz­ação e de privatizaç­ão. Aliás, esse é o caminho que o Brasil precisa.”

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