O Estado de S. Paulo

Palmeiras planeja como recomeçar

Eliminação precoce da Libertador­es faz clube planejar dispensas e o aproveitam­ento melhor dos jovens em 2018, ano em que o investimen­to será menor

- Ciro Campos

O adeus precoce à Copa Libertador­es, ainda nas oitavas de final, deixou no Palmeiras duas sensações. A tristeza pelo resultado ruim está aliada à certeza de ser necessário começar a pensar na próxima temporada, pois, sem grandes chances de título no ano, a equipe jogará os meses finais de 2017 apenas com a missão de construir um 2018 mais convincent­e.

O clube, que gastou mais de R$ 110 milhões em reforços para 2017 e trouxe 15 jogadores, vai jogar os 19 compromiss­os finais da temporada apenas em uma competição, o Campeonato Brasileiro, e com uma meta modesta em comparação aos sonhos traçados no começo do ano. O objetivo de conquistar todos os títulos possíveis, inclusive o Mundial, deu lugar ao plano de recomeçar o caminho com a conquista de vaga na próxima Libertador­es.

“O futebol tem imponderáv­eis. Nem sempre o melhor time vai ganhar. Ficamos abaixo do planejado e é natural sermos cobrados por títulos e grandes jogos”, disse o meia Moisés.

O presidente do Palmeiras, Maurício Galiotte, prefere avaliar a situação com calma e sem tomar medidas bruscas. Apesar de o técnico Cuca ter afirmado após o jogo que se via em risco no cargo, o dirigente não pensa em fazer trocas, porém vê a pressão nos bastidores aumentar pela série de fracassos do time.

Junto com a redução das expectativ­as dos objetivos, a diretoria tem em mente algumas mudanças no elenco para a próxima temporada. O mais provável é a quantidade de contrataçõ­es ser inferior à registrada para 2017. O Palmeiras entende ter adquirido jogadores jovens e que no futuro podem ter mais espaço entre os titulares, como Hyoran, Raphael Veiga, Juninho e Borja.

O clube vai aumentar as opções para as laterais para 2018. A solução pensada no momento é contar com os retornos de empréstimo de Victor Luís, do Botafogo, e João Pedro, da Chapecoens­e. Os dois foram revelados nas categorias de base do Palmeiras.

A diretoria também vai monitorar possíveis contrataçõ­es para o gol. Com o titular Jailson, de 36 anos, o reserva Fernando Prass, de 39, e mais dois suplentes jovens, o Palmeiras avalia a necessidad­e de buscar alguém experiente, mas que tenha uma idade intermediá­ria entre essas duas gerações.

Prass, inclusive, vive situação de indefiniçã­o, assim como o mais veterano do elenco, o meia Zé Roberto, de 43 anos. Os dois têm contratos até o fim do

ano. Zé Roberto pretende se aposentar ao fim da temporada. O goleiro ainda aguarda um chamado do clube para negociar a renovação, mesma situação do lateral-esquerdo Egídio.

Baixas. O jogo da eliminação na Copa Libertador­es, para o Barcelona, do Equador, deixou no elenco vários problemas de lesões. O principal deles é do zagueiro Mina. O colombiano

sofreu uma fratura no quinto metatarso do pé esquerdo, deixou o campo ainda no primeiro tempo e, como precisará passar por cirurgia, vai ficar cerca de três meses sem atuar.

A lista de jogadores no departamen­to médico do Palmeiras é maior. O atacante Dudu sentiu uma lesão na coxa esquerda no segundo tempo, deixou o time durante a partida e ficará até quatro semanas sem atuar.

Outro problema entre os titulares foi durante os pênaltis. O goleiro Jailson sentiu a virilha ao tentar defender uma das cobranças, reclamou de dores e é dúvida para os próximos jogos.

Por outro lado, os exames feitos ontem atestaram o bom estado do meia Moisés. O jogador sentiu dores no joelho esquerdo, operado em fevereiro, saiu da partida mancando, mas não tem novos problemas.

 ?? JALES VALQUER/FOTOARENA ?? Na lista. O presidente Galiotte prefere agir com calma, mas Prass é um dos atletas que devem ser dispensado­s
JALES VALQUER/FOTOARENA Na lista. O presidente Galiotte prefere agir com calma, mas Prass é um dos atletas que devem ser dispensado­s

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