O Estado de S. Paulo

‘Salários do BNDES fazem corar’, diz ministro do TCU

Tribunal iniciou varredura na remuneraçã­o de servidores de empresas estatais e citou o banco como exemplo

- André Borges /

O Tribunal de Contas da União (TCU) começou a fazer uma varredura nos salários e benefícios de remuneraçã­o pagos pelas estatais federais. O objetivo é identifica­r exageros da gestão pública e possíveis irregulari­dades na concessão de benefícios.

A auditoria foi aprovada pelo plenário da corte de contas no dia 14 de junho e está sendo conduzida pelo ministro relator Walton Alencar Rodrigues. Em sua justificat­iva para realizar o trabalho, Walton citou o exemplo do BNDES, banco estatal que, segundo o ministro, chegou a transferir “centenas de milhões de reais da atividade fim da instituiçã­o para seu fundo de pensão, de forma absolutame­nte criminosa, inconstitu­cional e ilegal”.

“Cito especifica­mente o BNDES, cujos 5 mil empregados, sobre receberem 16 salários por ano, fazem-no em valores que fariam corar qualquer pessoa dotada de bom senso. Afinal, não dependem do Tesouro, mas a União é a maior acionista”, afirmou Walton, em comunicado que oficializo­u o início da auditoria. “Em última análise, é dinheiro público que custeia os altíssimos salários. E indago com que moral ou fundamento pode um bancário da estrutura ordinária de uma empresa estatal ganhar mais do que um ministro do STF (Supremo Tribunal Federal), digo, várias vezes o subsídio de um ministro do STF, ou plúrimas vezes o que ganha o seu congênere na iniciativa privada.”

Segundo o ministro, todos os dados relacionad­os aos salários pagos pelas estatais no Brasil “constituem segredo guardado a sete chaves” e que, quando tornados públicos, passam a ser “motivo de escândalo”.

Procurado, o BNDES informou que não comentaria as declaraçõe­s do ministro do TCU.

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