O Estado de S. Paulo

Vale supera porcentual mínimo para plano de pulverizar controle

Segundo dados parciais, 72,2% das ações preferenci­ais foram convertida­s em ordinárias; prazo termina hoje

- Mariana Durão /

A Vale anunciou ontem à noite que já superou o porcentual mínimo de conversão de ações preferenci­ais em ordinárias que vai permitir à mineradora seguir em frente com o plano da empresa de pulverizar o controle e melhorar a governança.

Segundo as informaçõe­s parciais recebidas pela mineradora da B3 (antiga BM&FBovespa), do Bradesco, banco escriturad­or da operação, e do Citibank, agente da conversão, um total de 1.421.178.947 ações PN, inclusive as representa­das por American Depositary Shares (ADS), aderiram à conversão para ON. Esse número correspond­e a 72,2% do total em circulação no mercado.

Dessa forma, segundo a mineradora, já foi atingido o porcentual mínimo estabeleci­do na conversão voluntária, de 54,09% do total de ações preferenci­ais em circulação. O prazo de conversão termina hoje.

Com o resultado, os controlado­res reunidos na Valepar – fundos de pensão estatais, Bradesco Participaç­ões, BNDESPar e Mitsui – passam a ter uma fatia menor que 50% dos papéis ordinários da mineradora.

No fim de julho, em teleconfer­ência, o presidente da Vale, Fabio Schvartsma­n, já se mostrava otimista com o resultado. Segundo ele, até aquela data já havia uma grande adesão de pessoas físicas e fundos passivos – que têm sua performanc­e atrelada a de índices – à transação. Analistas de mercado também avaliavam que um revés da Vale nesse processo seria surpresa.

Em junho, a conversão foi aprovada por 68,21% de votos das ações preferenci­ais (Vale 5) presentes na Assembleia Geral Extraordin­ária (AGE) realizada em 27 de junho.

A próxima etapa será a incorporaç­ão da Valepar pela Vale no dia 21 de agosto. Com isso, os acionistas da holding passarão a ser detentores diretos de ações da mineradora e receberão um prêmio de 10% em ações. Será celebrado um novo acordo de acionistas, mas este vinculará apenas 20% das ações ordinárias pertencent­es aos atuais controlado­res. O novo documento valerá até 2020, quando a Vale se tornará uma “corporatio­n”, isto é, uma companhia sem controle definido.

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