Fórum dos Leitores
Relatório aprovado
A comissão especial da reforma política na Câmara já aprovou o relatório do deputado Vicente Cândido (PT- SP), que contempla um fundo de financiamento de campanhas eleitorais no valor de R$ 3,6 bilhões, de dinheiro público, e o “distritão”, que altera o formato das eleições proporcionais. No caso do fundo de financiamento de campanhas, é bom lembrar que partidos políticos são organizações de direito privado, formadas por cidadãos reunidos em torno de ideias e projetos. E quem deve financiar os 35 partidos atuais são seus militantes e apoiadores, por meio de contribuições pessoais, e não a sociedade brasileira, que enfrenta uma grave crise econômica e financeira. Já o “distritão” é quase unanimidade entre os parlamentares porque chegaram à conclusão de que o brasileiro, ao votar, não se identifica com partidos, mas com candidatos. EDGARD GOBBI edgardgobbi@gmail.com Campinas
Exotismo
A proposta de criação do “distritão” é exótica. Esse sistema eleitoral existe somente no Afeganistão, em Vanuatu, na Jordânia e nas Ilhas Picárnia. Aplicado no Brasil, o “distritão” estimularia o voto nas minorias organizadas em torno de interesses corporativos, que buscam representação no Legislativo, em detrimento da maioria desorganizada, que continuará a não se sentir representada pelos partidos políticos. A criação do fundo eleitoral de quase R$ 4 bilhões vai ajudar os atuais representantes a buscar a reeleição e manter-se, dessa maneira, sempre distante do eleitorado.
LUIZ ROBERTO DA COSTA JR. lrcostajr@uol.com.br Campinas
Representam a si próprios
Segundo noticiou o Estado, a Ford demitiu 364 funcionários no ABC paulista. A situação do País é de desespero, com déficit de R$ 159 bilhões nas contas federais. E os srs. deputados ainda pretendem aprovar um fundo de R$ 3,6 bilhões? Mais uma prova da indigna coragem de legislar sempre em causa própria, doa a quem doer.
FRANCISCO ZARDETTO fzardetto@uol.com.br
São Paulo
Caradurismo
Estou pasma com as reações corporativistas dos deputados federais. Eles rejeitam aumentos de impostos não porque os brasileiros não aguentam mais ser espoliados, e sim porque serão prejudicados nas eleições de 2018. Mas têm a cara de pau de aprovar fundo público para financiar as suas campanhas eleitorais, de R$ 3,6 bilhões! Ora, ninguém é obrigado a ser político, então eles que se virem para ser eleitos, sem assaltar ainda mais o bolso dos brasileiros!
TANIA TAVARES taniatma@hotmail.com
São Paulo
Negócios privados
A grande maioria dos “nobres parlamentares” do Congresso Nacional trata do seu métier como sendo o seu negócio. E nisso eles são bem-sucedidos. São empresários de variados ramos, donos de grandes propriedades rurais e outros empreendimentos. Seus rendimentos “na Casa” são supergenerosos, permitindo o “enricamento”. É, pois, de elementar justiça que custeiem suas campanhas, contribuindo para a formação desse fundo especial com algo como 5% de todos os recursos que recebem do Tesouro Nacional, a qualquer título ou pretexto. A população nada tem que ver com a constituição dos negócios de parlamentares. Esse fundo não se destinaria a financiar a democracia, mas a bancar negócios privados. MARIO HELVIO MIOTTO mariohmiotto@gmail.com Piracicaba
Amigos do alheio
Com a votação do fundo eleitoral de R$ 3,6 bilhões, podemos entrar na Justiça alegando ser dinheiro roubado do povo.
LUIZ FRID luiz.frid@globomail.com
São Paulo
Oxigênio
A reforma capitaneada pelo petista Vicente Cândido pretende também acabar com a vitaliciedade de ministros dos tribunais superiores. A comissão aprovou que, decorridos dez anos no cargo, juízes serão substituídos. O objetivo é “oxigenar a democracia”. Para dar exemplo, a proposta deveria começar pela “oxigenação” da atual politicalha. Aliás, esse deputado foi o mentor da “emenda Lula”, que proibia a prisão de seus pares oito meses antes das eleições. Só começando pelo Legislativo o País pode entrar nos trilhos.
JÚLIO ROBERTO AYRES BRISOLA jrobrisola@uol.com.br
São Paulo
Fundo público, sim
Os congressistas querem R$ 3,6 bilhões para financiar campanha eleitoral? Ora, por que não? Basta aplicar o princípio do cobertor curto: esse dinheiro sai do orçamento do Congresso, que é de R$ 10 bilhões por ano. Ou cobre os candidatos ou os mandatos. Não é justo? GILBERTO DIB gilberto@dib.com.br
São Paulo