MP BUSCA PENA DE 300 ANOS POR CHACINA DE 2015
Dois PMs e um GCM são acusados de matar 17 em Osasco e Barueri
Às vésperas do julgamento da maior chacina da história de São Paulo, o Ministério Público Estadual espera condenar a 300 anos de prisão os PMs acusados de matar 17 pessoas e ferir outras 7 em Osasco e Barueri, na Grande São Paulo, há exatos dois anos. Dois PMs e um GCM, que responde por 11 dos assassinatos, vão à júri popular no mês que vem. As defesas afirmam que os réus são inocentes.
Marcado para 18 de setembro, o Tribunal do Júri vai julgar os PMs Fabrício Emmanuel Eleutério e Thiago Barbosa Henklain, além do GCM Sérgio Manhanhã. Ao todo, quatro agentes estão presos desde 2015, mas a defesa do PM Victor Silva dos Santos entrou com recurso e seu processo corre em separado.
Para a acusação, os réus agiram para vingar a morte de um PM e um GCM. Segundo a denúncia, os agentes “integraram verdadeira organização paramilitar (...) para praticar crimes”. “Espero que os jurados concluam, como eu, que há prova suficiente para condenação”, diz o promotor Marcelo Alexandre de Oliveira. “Seria um recado de que não se aceita mais justiça com as próprias mãos.”
Defesa. Eleutério foi reconhecido por testemunha como um dos executores. A advogada Flávia Artilheiro diz, porém, que mostrará que o PM não teve participação. Para o advogado Fernando Capano, que representa Henklain, também reconhecido, as provas da acusação são “frágeis”. O advogado João Carlos Campanini, defensor de Cristilder, afirma que “todas as acusações foram desmentidas”. Já o advogado do GCM, Abelardo da Rocha, diz que as prisões foram uma “resposta política”.