O Estado de S. Paulo

Estratégia é usada para controlar crises de epilepsia

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O alto consumo de gordura e a redução de carboidrat­os têm trazido benefícios para pacientes com epilepsia que não respondem a medicament­os, principalm­ente crianças. Estudos ainda estão sendo realizados para entender a relação entre a adoção da dieta cetogênica e a diminuição das crises.

“O tratamento não é muito conhecido, não é fácil de fazer e há muito preconceit­o, porque se aprendeu que gordura faz mal”, explica Letícia Sampaio, neurologis­ta infantil do Instituto da Criança do Hospital das Clínicas da Universida­de de São Paulo.

Refluxo e aumento do colesterol estão entre os efeitos colaterais que podem surgir. No entanto, a neurologis­ta afirma que os benefícios superam os problemas. "Os remédios (que fazem parte do tratamento) atrapalham a parte cognitiva e, com a dieta, é possível reduzir essas medicações e até tirá-las totalmente.”

Desde junho, a produtora executiva Marley Cristina Galvão de Oliveira, de 45 anos, oferece a dieta para a filha Isabela Galvão Cavalcante, de 5 anos, que tem paralisia cerebral e epilepsia de difícil controle. A criança, que já teve dias em que sofreu mais de cem crises, vem conseguind­o bons resultados. "No caso da minha filha, eu diria que a dieta controla 80% das crises. A qualidade de vida é totalmente diferente, porque uma criança com crises convulsiva­s à noite não dorme bem. Agora, ela tem uma vida normal dentro de suas limitações.”

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