ANI cobra até R$ 40 mil de inventores
A ineficiência do registro de patentes no Brasil abriu espaço para o surgimento de grupos que tentam intermediar o processo – e lucrar com isso. É o caso da Associação Nacional dos Inventores (ANI), que chega a cobrar até R$ 40 mil de inventores independentes para ajudá-los a registrar seus inventos. A entidade oferece uma espécie de consultoria, mas não há garantia de retorno, e muitas pessoas sentem-se enganadas.
É o caso do servidor público José Soares, que pagou R$ 15 mil para a associação em busca de auxílio para registrar sua invenção, uma ducha para as costas. Além disso, Soares esperava que a ANI o ajudasse a fazer um protótipo e a vender os direitos da tecnologia.
“Por enquanto, tudo o que fiz foi depositar a patente e gravar um vídeo para o canal da ANI no YouTube”, reclama o inventor. Dotada de um sistema de engrenagens, a invenção de Soares distribui a água do “chuveirinho” de forma uniforme pelas costas do usuário, enquanto o massageia. Além disso, sensores ajudam a tornar o uso do dispositivo mais confortável.
O presidente da ANI, Carlos Mazzei, alega que o preço cobrado dos inventores cobre os gastos com o serviço. “Faço uma análise da invenção, pesquiso no Google se alguém já teve a ideia. Depois, vejo quanto é preciso gastar para tocar o projeto até o final”, diz Mazzei.