Equilíbrio interior
Harmonia entre iluminação, cores e revestimentos sugere maior leveza
A luz intensa que invadia o apartamento colaborava para uma atmosfera impessoal. Para aplacar a sensação, a madeira surgiu como contraponto.
Amensagem primordial que a arquiteta paulistana Flavia Campos absorveu quando se envolveu no projeto de reforma deste apartamento foi o desejo dos proprietários, um casal com idade próxima aos 60 anos, de aproveitar o que a vida tem a oferecer. Ele, aposentado, assume-se enquanto um anfitrião que adora receber amigos. Ela, psicanalista, dedica seu tempo livre aos livros, ao cinema e à boa música. Traçado o perfil dos clientes, Flavia aceitou o desafio de dotar o amplo e luminoso espaço desse duplex de ambientes que fossem além do meramente utilitário.
Logo de início, a arquiteta percebeu que a alegria do casal passava por aproveitar ao máximo a luz natural que entra no apartamento. Porém, a luminosidade intensa vinda das portas e janelas deixava a residência muitas vezes com uma atmosfera impessoal. Para aplacar essa sensação, Flavia apostou sem moderação na madeira do tipo freijó e revestiu portas, armários, móveis e superfícies verticais. E, conforme imaginava a arquiteta, a tonalidade do material ajudou a amenizar – e muito – a luz extrema.
“Tudo que é muito claro tende a parecer pouco confortável”, explica Flavia. “Por isso, optei por usar a madeira em tom claro. Ela realmente funciona como um agente moderador, sem produzir um contraste muito acentuado, que seria por demais agressivo aos olhos”, detalha.
A composição do piso também seguiu a preo-