Dados iniciais sugerem candidato de Macri na frente em primária
Esteban Bullrich deve ser o candidato do presidente ao Senado em Buenos Aires; Cristina tenta retorno à política
O início da apuração da eleição primária que definirá os candidatos de cada partido a um terço do Senado e metade da Câmara na Argentina mostrou o candidato do presidente Mauricio Macri como o mais votado para senador pela Província de Buenos Aires. Com 14,1% das urnas apuradas, Esteban Bullrich tinha 37,1% dos votos. A ex-presidente Cristina Kirchner vinha atrás, com quase seis pontos a menos: 31,3%.
Nas primárias, os argentinos vão às urnas para escolher os candidatos de cada partido aos cargo e a soma total dos votos costuma indicar uma projeção para a votação oficial, em outubro.
No partido de Macri, o Cambiemos, o otimismo era grande, uma vez que dados preliminares indicavam que o partido obteve boa votação em províncias do interior, o que deve sugerir um aumento na bancada parlamentar.
Os centros de votação da Argentina fecharam no fim da tarde de ontem. Cerca de 33 milhões de argentinos estavam autorizados a votar nas eleições primárias, que teve uma participação superior a 74%, segundo o governo do país, que comemorou a grande presença dos eleitores nas urnas. Analistas políticos concordaram que a votação marca o futuro de Macri e Cristina.
Otimismo.
“É um passo importante para confirmar tudo o que viemos fazendo. Espero que em todos lados nos expressemos a favor dessa mudança”, disse Macri.
Cristina, de 64 anos, aspira a ser senadora pela Província de Buenos Aires. A ex-presidente (2007-2015) fundou neste ano um pequeno partido de centro-esquerda e se afastou do opositor Partido Justicialista (PJ, peronista) que ainda controla o Congresso. A campanha de Cristina se baseou no lema “Assim não podemos continuar”.
A ex-presidente não votou porque seu título é de Santa Cruz, província a 2,5 mil km ao sul da capital. Ela pediu a seus seguidores e fiscais de mesa que “cuidem de cada voto” e usou a rede social Twitter para desejar uma “boa jornada democrática”, com uma foto que a retrata em frente a um computador com seu pequeno neto Néstor Iván, o filho de Máximo, sentado em seu colo.
“Lembrem-se dos que perderam o trabalho ou vivem com medo de perdê-lo, dos que o salário não chega ao fim do mês, ou dos que não podem comprar comida como antes, ou pagar a luz, o gás ou a água. Esse deve ser o limite para este governo”, disse ela em sua última mensagem aos eleitores.
Macri, de 58 anos, tem um ano e meio de governo, sem conseguir os prometidos investimentos estrangeiros. A inflação disparou em 2016 e, nos primeiros sete meses deste ano, acumula 13,9%, o desemprego cresceu, assim como a pobreza.