Trump condena ação de neonazistas e Ku Klux Klan após 2 dias sob críticas
Resposta. Pressionado por rivais e alguns aliados, presidente americano considerou ‘repugnantes’ os grupos envolvidos em uma manifestação de supremacistas brancos no sábado em Charlottesville; uma ativista morreu atropelada por um admirador de Hitler
Com dois dias de atraso, o presidente Donald Trump cedeu ontem à pressão para que condenasse de maneira explícita extremistas envolvidos na violência que deixou 1 pessoa morta e 34 feridas no sábado em Charlottesville. Seguindo o script de um teleprompter, ele afirmou que supremacistas brancos, neonazistas e a Ku Klux Klan são “repugnantes”.
Trump disse que o “racismo é um mal” e os autores de atos de violência cometidos em seu nome são “criminosos e marginais”. Apesar de o chefe do Conselho de Segurança Nacional da Casa Branca, H.R. McMaster, e o secretário de Justiça, Jeff Sessions, terem se referido ao atropelamento de manifestantes antirracismo como “terrorismo doméstico”, o presidente não usou essa expressão.
No sábado, Trump responsabilizou “muitos lados” pela violência e não mencionou supremacistas brancos, a KKK nem neofascistas que participaram da marcha em Charlottesville. Grande parte deles saiu às ruas com armas, escudos, capacetes e a bandeira confederada que representava o sul escravocrata durante a Guerra Civil americana (1861-1865). Esses grupos extremistas apoiaram a candidatura de Trump e celebraram seu pronunciamento de sábado como uma vitória.
A percepção de que a resposta do presidente foi inadequada se agravou na manhã de ontem, quando ele atacou no Twitter o CEO da companhia farmacêutica
Merck por sua decisão de deixar o Conselho de Manufatura da Casa Branca. Negro, Kenneth Frazier disse que tinha a responsabilidade de tomar uma posição contra a intolerância.
“Os líderes da América devem honrar nossos valores fundamentais e rejeitar de maneira clara expressões de ódio, intolerância e supremacia de grupos, que são contrárias ao ideal de que todas as pessoas são criadas
iguais”, escreveu Frazier no Twitter às 8 horas. A resposta de Trump veio 54 minutos mais tarde, também no Twitter: “Agora que Ken Frazier da Merck Farma renunciou ao Conselho de Manufatura do presidente, ele terá mais tempo para baixar preços exorbitantes de remédios!”
Logo depois, o presidente anunciou que o Departamento de Justiça abriu investigação sobre violação de direitos civis no atropelamento intencional de manifestantes que se opunham aos extremistas. O motorista do carro, James Alex Fields Jr., também é acusado de homicídio qualificado e lesão corporal dolosa. Ontem, a Justiça de Charlottesville negou sua libertação sob fiança.
O objetivo de Fields era protestar contra a decisão do Conselho Municipal de Charlottesville de retirar de uma praça a estátua de Robert Lee, comandante confederado que lutou pelo sul escravocrata contra o norte do presidente Abraham Lincoln durante a Guerra Civil.
Alerta. Ontem, a revista Foreign Policy publicou um relatório do FBI e do Departamento de Segurança Interna que advertia, em maio, que grupos supremacistas brancos haviam cometido mais ataques do que qualquer outro grupo extremista nos EUA nos últimos 16 anos e possivelmente cometeriam mais ataques. De acordo com o documento, os supremacistas foram responsáveis por 49 homicídios em 26 ataques, de 2000 a 2016, mais do que qualquer outro movimento radical americano.
“O racismo é maligno e os que causam violência em nome deles são criminosos e marginais, incluindo a KKK, os neonazistas, os supremacistas brancos e outros grupos de ódio repugnantes” Donald Trump
PRESIDENTE DOS EUA