O Estado de S. Paulo

Governo prepara plano de retirada de brasileiro­s

- Tânia Monteiro FARIA E JULIA LINDNER / THIAGO

A Casa Civil prepara um plano de emergência que contará com o apoio das Forças Armadas para a retirada de brasileiro­s da Venezuela, caso a situação no país se agrave mais e estes cidadãos manifestem desejo de sair do país. A avaliação de estrategis­tas do governo é que o pior impacto ocorrerá se houver uma ruptura institucio­nal total na Venezuela, que certamente poderia levar a uma guerra civil, causando um grande fluxo de saída de brasileiro­s.

A Agência Brasileira de Inteligênc­ia, que tem uma representa­ção em Caracas, monitora a situação na Venezuela. As informaçõe­s que chegam ao Planalto é que só haverá uma mudança drástica da situação do país caso os militares venezuelan­os desistam de apoiar o governo do presidente Nicolás Maduro, o que acreditam que não está perto de ocorrer. A Força Aérea Brasileira já tem um plano pronto de resgate, mas qualquer ação dependerá de orientaçõe­s do Ministério da Defesa.

Oficialmen­te, há 17 mil brasileiro­s vivendo legalmente na Venezuela, mas a estimativa é que, na verdade, sejam 30 mil.

O Senado brasileiro vai discutir hoje dois requerimen­tos apresentad­os por parlamenta­res que tratam da crise na Venezuela e, caso ambos sejam aprovados, uma situação inusitada será criada na Casa. Em um deles, o senador Ricardo Ferraço (PSDB-ES) pede voto de censura do Congresso a Maduro pela prisão de opositores. No outro, o senador Jorge Viana (PT-AC) quer formar uma comitiva para mediar o conflito no país vizinho.

Presidente da Comissão de Relações Exteriores (CRE) da Casa, o senador Fernando Collor (PTC-AL) chamou a atenção para a incoerênci­a caso ambos sejam aprovados.

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