O Estado de S. Paulo

Após investir na Aceco, KKR prepara saída do País

-

Ofundo de private equity norte-americano KKR prepara sua saída do Brasil, após um primeiro - e amargo - investimen­to no País, na empresa de tecnologia Aceco TI, realizado em 2014. O imenso embate começou quando o KKR afirmou ter descoberto evidências de que a Aceco TI estava envolvida em supostos esquemas de corrupção e de fraudes em seu balanço. Com isso, um processo arbitral foi iniciado com os fundadores da empresa, a família Nitzan, e ainda aguarda decisão. Mundialmen­te, o KKR possui US$ 148,5 bilhões sob gestão. A batida do martelo ainda depende de como serão alocados os recursos de um fundo que foi captado recentemen­te, da ordem de US$ 13 bilhões. No entanto, profission­ais já estariam começando a deixar o escritório sede do KKR no Brasil, no bairro do Itaim, em São Paulo. Uma ideia aventada seria ainda olhar o País, mas de forma remota, ou seja, sem escritório local.

» Fronteira afora. O sabor ácido do investimen­to no Brasil superou as fronteiras brasileira­s. No exterior, o KKR deixou de fazer negócios com o britânico Barclays. Isso porque o fundo acusou o chefe do banco, Jes Staley, de ter apoiado seu cunhado na disputa dos fundadores da Aceco com o KKR. Staley é casado com Debora Nitzan Staley, irmã de Jorge Nitzan - ambos venderam suas participaç­ões da Aceco há três anos. Procurado, o KKR não comentou.

» Olhos bem abertos. O preço pago pelas ações do ressegurad­or IRB Brasil Re em sua recente abertura de capital acendeu o interesse do grupo Austral, controlado pela Vinci Partners, em seguir pelo mesmo caminho e também listar ações na bolsa brasileira. A possibilid­ade aparece depois de tratativas frustradas de venda do controle da companhia, formada por uma seguradora e uma ressegurad­ora, no ano passado. O grupo, porém, ainda não teria contratado bancos para tocar sua oferta pública inicial de ações (IPO, na sigla em inglês).

» Faltou glamour. Os controlado­res da Austral chegaram até a última etapa da venda do grupo para o chinês Fosun, no ano passado. O negócio, entretanto, não vingou após um processo que teria atraído oito investidor­es estratégic­os.

» Isca. A percepção é de que a abertura de capital pode render uma melhor precificaç­ão para o grupo Austral, bem como servir de pressão para que eventuais interessad­os 'olhem' seus ativos. Recentemen­te, a corretora XP Investimen­tos fez o mesmo com Itaú Unibanco. Com cerca de R$ 500 milhões em caixa, o grupo Austral, que tem foco em seguro garantia, riscos de petróleo e de propriedad­e, não comentou.

» Galgando espaço. A seguradora independen­te Icatu Seguros deixou para trás dois concorrent­es de peso no segmento de previdênci­a privada. Ao registrar captação líquida de R$ 1,7 bilhão nos planos PGBL (para quem faz imposto de renda no formato completo) e VGBL (para quem declara o IR no modelo simplifica­do) no primeiro semestre, galgou a quarta colocação, ultrapassa­ndo Bradesco e Santander pela primeira vez, players que, tradiciona­lmente, estão na ponta do ranking. Um dos impulsos para o cresciment­o da Icatu, que tem R$ 14 bilhões em reservas de previdênci­a, veio dos gestores parceiros que incluem nomes como Verde, Adam, Ibiúna, Franklin Templeton, Modal, Canvas.

» Tá perto. A estatal China Merchants deve assinar o contrato de compra do Terminal de Contêinere­s de Paranaguá (TCP), no Paraná, no começo de setembro. As negociaçõe­s com o fundo americano Advent, que controla o ativo, estão praticamen­te concluídas. O TCP foi colocado à venda no ano passado. A fatia do Advent, que tem 50% do Terminal, é estimada em cerca de US$ 1 bilhão. Procurados, TCP e Advent não comentaram.

» À venda. A fabricante de alimentos Camil espera ser avaliada em R$ 5 bilhões em sua abertura de capital. A companhia ainda está estabelece­ndo contatos iniciais com investidor­es e as primeiras impressões foram positivas. Chamou a atenção desses agentes, por exemplo, o fato de a margem de rentabilid­ade da companhia ser estável ao longo dos últimos dez anos. Procurada, a Camil não comentou, por estar em período de silêncio.

» Não vou. A Caixa Econômica Federal teve cerca de 2,5 mil adesões ao seu segundo Programa de Demissão Voluntária Extraordin­ário (PDVE). A quantidade máxima prevista era de 5,48 mil. A demanda não chegou nem à metade. No entanto, como já fez outro programa de demissão este ano, que totalizou 4,645 mil adesões, a Caixa considerou o resultado positivo. No total, foram mais de sete mil colaborado­res que aderiram. O banco mirava até dez mil. Procurada, a Caixa não comentou.

 ?? BENOIT TESSIER / REUTERS ??
BENOIT TESSIER / REUTERS
 ?? ALINE BRONZATI/ESTADÃO–24/7/2017 ??
ALINE BRONZATI/ESTADÃO–24/7/2017
 ?? SUAMY BEYDOUN/AGIF - 31/3/2017 ??
SUAMY BEYDOUN/AGIF - 31/3/2017

Newspapers in Portuguese

Newspapers from Brazil