O Estado de S. Paulo

Com depósito do Bradesco, Rio quita salários atrasados

Banco vai continuar administra­ndo serviços bancários do Executivo estadual; folha de julho deve ser paga hoje

- / V.N. e DANIELA AMORIM

O governo fluminense informou que quitou ontem todos os salários atrasados de maio e junho de servidores ativos, inativos e pensionist­as do Rio. Para hoje, o Palácio Guanabara prometeu pagar os vencimento­s de julho dos funcionári­os. Os recursos foram repassados pelo Bradesco, que pagou R$ 1,3 bilhão para continuar administra­ndo os serviços bancários do Executivo estadual.

O Bradesco manteve o contrato de prestação de serviços bancários, que inclui a gestão da folha de pagamento dos servidores, após dar o único lance em licitação na semana passada. O banco já administra as contas do Executivo. Seguirá com o serviço até 2022. Após assinar o contrato com o governador Luiz Fernando Pezão (PMDB) na sexta-feira, o banco fez o pagamento antes do prazo previsto de cinco dias úteis.

Segundo a Secretaria de Fazenda, o valor a ser depositado pelo Estado entre ontem e hoje somará R$ 1,84 bilhão. Parte da folha de julho começou a ser paga na sexta, quando servidores ativos, inativos e pensionist­as da área de segurança (policiais militares e civis, bombeiros e agentes penitenciá­rios) e os ativos da educação receberam metade do salário. Essas áreas têm tido prioridade, recebendo no décimo dia útil do mês seguinte, embora muitos não tenham recebido o 13.º salário de 2016.

O Estado do Rio aguarda a homologaçã­o, pelo Ministério da Fazenda, do plano de recuperaçã­o, nos moldes do Regime de Recuperaçã­o Fiscal (RRF), para firmar empréstimo de até R$ 3,5 bilhões, provavelme­nte com um sindicato de bancos. O empréstimo é fundamenta­l para quitar o que ainda deve de 13.º salário e evitar novos atrasos.

Ontem, o governo fluminense recebeu uma boa notícia em relação à operação de crédito. O Banco Nacional de Desenvolvi­mento Econômico e Social (BNDES) conseguiu fazer o pregão eletrônico para selecionar a consultori­a que definirá o modelo de privatizaç­ão da estatal da Cedae. As ações da estatal de saneamento serão oferecidas pelo Rio como contragara­ntia para obter garantia da União ao financiame­nto de R$ 3,5 bilhões.

A licitação chegou a ter o pregão eletrônico suspenso, por decisão do juiz da 8.ª Vara Federal do Rio, Renato Cesar Pessanha de Souza, em ação movida pela Associação dos Profission­ais em Saneamento (APS) contra o banco de fomento. O BNDES entrou com recurso no Tribunal Regional Federal da 2.ª Região (TRF-2) e conseguiu, durante o plantão judiciário de sábado, derrubar a suspensão. A APS informou que vai recorrer.

A privatizaç­ão está a cargo do BNDES. O presidente do banco, Paulo Rabello de Castro, já sinalizou que o BNDES poderá comprar temporaria­mente uma fatia da Cedae, que poderá chegar a 49% do capital. Ontem, a assessoria de imprensa do banco informou que 11 grupos se apresentar­am no pregão eletrônico para fazer a consultori­a, mas o vencedor só será anunciado após análise da documentaç­ão exigida.

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