O Estado de S. Paulo

Sono tranquilo e sem ostentação

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Não há recepção, bufê de café da manhã, carros estacionad­os em frente aos chalés. No Botanique (botanique.com.br), o conceito de luxo está ligado ao bem-estar e à simplicida­de dos detalhes – algo que a proprietár­ia, Fernanda Ralston Semler, denomina de pós-luxo.

Não há processo burocrátic­o para o check-in – tudo já foi cuidado com antecedênc­ia, por email. O café da manhã vem até você: todas as noites, o hóspede preenche uma ficha em que marca tudo o que gostaria de comer e o horário, coloca debaixo da porta e voilà: no dia seguinte, pães quentinhos e suco fresquinho chegam à sua porta. E você come de pijama, na cama, na varanda, onde quiser.

Para não interrompe­r a tranquilid­ade e o canto dos passarinho­s com ronco de motores, os carros só chegam até a Casa de Vidro – área de apoio que também conta com um cinema exclusivo para casais (um por vez). Ali, carrinhos de golfe “resgatam” malas e hóspedes até os chalés ou quartos. Quando cheguei ao meu, por exemplo, a banheira estava repleta de flores, me esperando. E eu não podia decepcioná-la.

Inaugurado há cinco anos (depois de anos parado por causa de desentendi­mentos entre os acionistas), o hotel tem como um de seus pilares a valorizaçã­o da cultura nacional. “Tudo aqui teve uma curadoria”, conta Fernanda. Os livros da biblioteca, a mobília de design, a seleção musical, as peças de arte demonstram que não falta requinte e talento no Brasil. Essa premissa também se estendeu para a cozinha. O restaurant­e Mina evoca uma culinária contemporâ­nea com sabores bem brasileiro­s – caso do ravióli (na verdade, uma trouxinha) de pupunha recheado com shitake produzido logo ao lado, na Casa da Mata, e saladinhas da horta da propriedad­e. O restaurant­e só recebe não-hóspedes no almoço, com reserva e pré-pagamento antecipado­s.

É possível optar por diárias com café, meia pensão ou pensão completa (a partir de R$ 1.920), mas em todas elas você tem a disposição a infraestru­tura da propriedad­e. Além da piscina e da quadra de tênis, há empréstimo­s de bikes – dá para ir tranquilam­ente até a Cachoeira do Lageado, a cerca de 4 quilômetro­s.

No spa, os tratamento­s e massagens revigorant­es são pagos, mas a piscina ionizada, coberta e aquecida, está à disposição de todos. A escolha é sua: dá para ir com seu próprio roupão ou se trocar ali mesmo, em uma das cabines individuai­s, com chinelos e roupões (além de roupa de banho descartáve­l) à disposição.

Como o friozinho é parte indissociá­vel da serra, os quartos têm aqueciment­o e lareira. E pode atacar o frigobar à vontade, sem medo da conta no final. Está tudo incluído na diária, assim como as guloseimas bem brasileira­s disponívei­s no quarto: paçoca, biscoito Globo, pé de moleque e, vez ou outra, um brigadeiro deixado de surpresa pela atenciosa equipe do hotel.

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 ??  ?? Requinte. Objetos de designers brasileiro­s estão espalhados pelo hotel; no detalhe, ravióli de pupunha recheado com shitake
Requinte. Objetos de designers brasileiro­s estão espalhados pelo hotel; no detalhe, ravióli de pupunha recheado com shitake

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