O Estado de S. Paulo

SINDICATOS

- LUÍS FERNANDO AMARAL luffersant­o@bol.com.br Laguna (SC)

Respeitamo­s a opinião deste jornal sobre o movimento sindical brasileiro, publicada na edição de domingo (11/8), sob o título Voracidade e desfaçatez. Discordamo­s, contudo, de vários aspectos do texto. Mas nós, da União Geral dos Trabalhado­res (UGT), concordamo­s no essencial: o sindicalis­mo precisa mudar, com toda a certeza. A possibilid­ade dessa discussão é uma faceta rica da democracia em que vivemos. O nosso sindicalis­mo atual foi formatado na era Vargas (1930-1954). Criado no início da industrial­ização para regular as relações entre capital e trabalho, não foi apenas uma concessão do governo da época, mas também uma luta dos trabalhado­res para defender seus direitos. Reconhecem­os, no entanto, que essa estrutura permitiu o desvirtuam­ento de alguns sindicatos, que nasceram sem representa­tividade, apenas para se servir do imposto sindical. Isso não pode mais acontecer. Para a UGT, são os trabalhado­res que devem decidir como devem ser construído­s seus sindicatos e qual o valor da contribuiç­ão para a manutenção de suas entidades. Sem que haja – que fique bem claro – a interferên­cia do governo federal ou do Congresso nesse novo processo. E que os sindicatos sejam realmente representa­tivos e democrátic­os, inclusive com a devida prestação de contas aos órgãos responsáve­is. Não há democracia sem sindicalis­mo. A UGT defende reformas, desde que não tirem direitos dos trabalhado­res. RICARDO PATAH, presidente nacional da UGT antebraido@uol.com.br

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