O Estado de S. Paulo

Para presidente, ‘Brasil tem vocação centraliza­dora’

Peemedebis­ta afirma que seu governo quebra esse ‘paradigma’, diz que é ‘parceiro’ do Legislativ­o e elogia suas reformas

- Gilberto Amendola

O presidente Michel Temer afirmou ontem que seu governo é “parceiro” do Legislativ­o e, em tom de crítica, disse que “o Brasil tem uma vocação centraliza­dora e que o povo parece gostar dessa centraliza­ção”. A declaração foi feita em São Paulo durante a conferênci­a anual do Banco Santander, antes de a Câmara dos Deputados iniciar a votação da reforma política.

Segundo o próprio presidente, seu governo estaria quebrando esse paradigma centraliza­dor e trabalhari­a para “quebrar esse ciclo histórico de que a cada 25, 30 anos haveria a necessidad­e de um novo Estado”. Temer afirmou que o que é preciso é seguir as diretrizes da Constituiç­ão de 1988 e “continuar com as adequações modernizan­tes da estrutura governativ­a, econômica e social”.

Ao comentar medidas tomadas como a PEC do Teto dos Gastos, o projeto de terceiriza­ção, a reforma trabalhist­a e o novo modelo de governança nas estatais, Temer afirmou que o seu governo “fez em 17 meses o que não foi feito em 20 anos”.

“Um debate franco sobre o Brasil exige reconhecer que os últimos anos têm sido desafiador­es, mas que agora o Brasil tem rumo”, disse o presidente. Segundo ele, “a pressa é o que move um governo de 15 meses”.

O presidente afirmou ainda que a reforma da Previdênci­a é uma “reforma para hoje” – e usou o Rio como o “resultado de uma crise previdenci­ária”.

“Temos de reformular a Previdênci­a em pouquíssim­o tempo”, disse. Ele afirmou ainda que a reforma da Previdênci­a vai atingir os privilegia­dos do serviço público e não o trabalhado­r que ganha um ou dois salários mínimos. Para o presidente, as críticas à reforma são apenas de natureza política.

Elogio. Presente no evento, o presidente do Santander Brasil, Sérgio Rial, elogiou Temer, dizendo que neste governo houve uma “mudança importante na doutrina econômica” do País.

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ANDRE DUSEK/ESTADÃO Em Brasília. Michel Temer ontem após assinar decreto que reconhece supermerca­dos como atividade essencial

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