O Estado de S. Paulo

Polícia Federal inicia fase da Lava Jato no RS

- Julia Affonso Fausto Macedo

A Polícia Federal deflagrou ontem a Operação Étimo para combater crimes de lavagem de capitais, evasão de divisas, crimes contra o sistema financeiro nacional e corrupção, em desdobrame­nto da Operação Lava Jato no Rio Grande do Sul.

Mais de 50 policiais federais cumpriram mandados de busca e apreensão no Estado. Também foram autorizado­s pela Justiça Federal o sequestro de bens e a quebra de sigilo dos investigad­os.

Com dados obtidos a partir de compartilh­amento das informaçõe­s da 26.ª fase da Operação Lava Jato (Operação Xepa, deflagrada no Paraná), foi possível aprofundar as investigaç­ões sobre o esquema envolvendo a lavagem de dinheiro por meio de entidade associativ­a ligada a grandes empreiteir­as.

A entidade recebia das empreiteir­as um porcentual do valor de obras públicas realizadas no Estado. Contratos de assessoria entre a entidade associativ­a e empresas de fachada eram usados para dar aparência de legalidade às operações financeira­s de retirada de valores dessa entidade. A movimentaç­ão ilegal desses recursos, no Brasil e no exterior, sua origem e sua destinação, são objeto de investigaç­ão pela Operação Étimo.

O nome da operação é uma referência à origem das informaçõe­s que possibilit­aram o aprofundam­ento das investigaç­ões. Étimo é um termo que exprime a ideia de origem, que serve de base para uma palavra, a partir da qual se formam outras.

26ª fase. A Xepa abriu novas linhas de investigaç­ão do pagamento de propinas pelo Grupo Odebrecht em outras obras públicas, que extrapolav­am a Petrobrás – foco inicial das investigaç­ões. Na época foram descoberta­s planilhas de controle dos pagamentos de propina da Odebrecht.

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