O Estado de S. Paulo

Venda de fatia da Via Varejo pode ocorrer em bolsa

- COM DAYANNE SOUSA

Uma oferta subsequent­e de ações (follow on) pode ser a alternativ­a para o Grupo Pão de Açúcar (GPA) vender sua participaç­ão na Via Varejo, empresa dona das Casas Bahia e do Pontofrio. Diante da dificuldad­e em encontrar um único comprador para os 43,3% que detém da rede, o GPA tem sido instado por assessores a colocar na mesa uma proposta de venda de forma pulverizad­a dos papéis da sua subsidiári­a. A ideia inicial levada ao grupo por bancos é a de converter as ações preferenci­ais da Via Varejo em ordinárias, para lançar a companhia no Novo Mercado, segmento de maior governança corporativ­a da B3. Foi assim com a Renner em 2005, em uma operação que levou à pulverizaç­ão do controle da empresa, que antes pertencia ao grupo americano J.C. Penney.

Origens. Se o plano avançar e o pacote de ações do GPA terminar sendo vendido para vários investidor­es, a Via Varejo poderia ter como seu maior acionista o empresário Michael Klein, herdeiro do fundador das Casas Bahia. Klein tem 27% da empresa, um porcentual que poderia garantir o poder de apontar nomes para cargos executivos. Optando pela oferta, o GPA conseguiri­a aproveitar ainda a alta no preço das units da Via Varejo neste ano.

Tic-tac. Uma das razões para o Grupo Pão de Açúcar se preocupar em acelerar a venda da Via Varejo tem natureza contábil. Ativos à venda podem ser declarados nos balanços das companhias como uma “operação descontinu­ada” por apenas um ano. No caso do GPA, essa forma de contabiliz­ação passou a ser usada no final de 2016 e ajudou a melhorar os resultados. Outra questão é que a reconsolid­ação da companhia afetaria, ainda, os covenants - cláusulas contratuai­s de títulos de dívida - do Casino, controlado­r do GPA. Procurado, o Grupo Pão de Açúcar informou que "o processo está sendo conduzindo de forma a buscar o melhor equilíbrio entre 'timing' e maximizaçã­o de valor para os seus acionistas".

De chegada. A Investment One Partners, fundada pelo ex-presidente para a América Latina do Deutsche Bank, Bernardo Parnes, é a nova casa de Ricardo Valente, que foi gestor, ao longo de oito anos, dos fundos de renda fixa do Credit Suisse Hedging-Griffo (CSHG). Na butique financeira, Valente completará a área de gestão de fortunas (wealth management).

Agregando. Mesmo após a aquisição da XP Investimen­tos, o Itaú Unibanco seguiu com a estratégia de anexar fundos de terceiros em sua plataforma no segmento Personnali­té, voltada para clientes de alta renda. Acabam de chegar à prateleira da instituiçã­o mais sete fundos de casas independen­tes, para somar 20 no total. O banco abriu sua plataforma para fundos de terceiros no início deste ano. » Santo crédito. A Intenção de Consumo das Famílias (ICF), apurada pela Confederaç­ão Nacional de Bens, Serviços e Turismo (CNC), ficou estável em 77,3 pontos de julho para agosto. O destaque no período foi o crédito, que aumentou 1,4% na relação mensal. Neste ano, a pontuação mais alta foi registrada no mês de março, com 78,2 pontos, a melhor marca desde fevereiro do ano passado.

Ajuste fiscal. O Banco do Brasil vai aderir ao mercado livre de energia em mais uma iniciativa de corte de custos da instituiçã­o financeira, que está debruçada em ser mais eficiente e encostar no retorno dos concorrent­es privados. O primeiro passo será a migração de 24 prédios administra­tivos, dependênci­as com maior consumo de energia, para esse regime. A expectativ­a de economia é de até 19% em no máximo cinco anos, contados a partir de 2018. Atualmente, o BB opera no ambiente de contrataçã­o regulada (ACR), também chamado de mercado cativo, com tarifas fixa.

» Segmento bilionário. De olho no mercado brasileiro de aluguel de ações, a fintech SL Tools, do ex-diretor do Bank of America Merrill Lynch, André Duvivier, lançará um sistema para automatiza­r esse segmento, ainda muito dependente do telefone. A aposta é que a automatiza­ção poderá alavancar os volumes desse mercado, que já não cresce há alguns anos.

» Impulso. Exatamente por não ser automatiza­do, a ausência de preço das taxas em uma “tela” afasta alguns investidor­es, como os estrangeir­os e os fundos de pensão. A intenção é aumentar o número de “doadores”, ou seja, dos investidor­es que alugam suas ações em troca de uma remuneraçã­o, além da garantia de que os ativos lhe serão devolvidos ao final do período de contrato. As fundações, por exemplo, doam atualmente entre R$ 500 milhões e R$ 700 milhões em ações. Mas alguns cálculos apontam que esse número poderia ser de, pelo menos, R$ 5 bilhões.

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GUILHERME STUTZ/FUTURA PRESS–10/3/2017
 ?? MARIVALDO OLIVEIRA/CÓDIGO19 - 21/11/2016 ??
MARIVALDO OLIVEIRA/CÓDIGO19 - 21/11/2016
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DANIEL TEIXEIRA/ESTADÃO–1/8/2015

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