O Estado de S. Paulo

Municípios não cumprem lei

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Sem dinheiro em caixa, seja por causa da recessão que derrubou a arrecadaçã­o nacional ou por uma boa dose de má gestão, mais de duas mil prefeitura­s estão fora da lei, segundo estudo da Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan), divulgado na semana passada. Entre os municípios, 937 deixaram de apresentar o balanço anual à Secretaria do Tesouro Nacional (STN), 575 estouraram o limite de gastos com pessoal no ano passado e outros 715 deixaram um rombo de R$ 6,3 bilhões de restos a pagar para a nova gestão municipal – medida que pode resultar até na prisão dos ex-prefeitos. O índice do ano passado teve uma ligeira melhora em relação a 2015, mas esse dado não é resultado de uma recuperaçã­o das prefeitura­s. Os indicadore­s das cidades foram influencia­dos pela entrada de recursos da repatriaçã­o feita no ano passado. Não fosse por esse instrument­o, os municípios teriam ficado com uma nota ainda pior.

Um exemplo é o gasto com pessoal. De acordo com o estudo, 575 prefeitura­s, ou 12% das cidades que apresentar­am balanço para a STN, estouraram o limite da Lei de Responsabi­lidade Fiscal de 60% das receitas. Sem a repatriaçã­o, esse número subiria para 871 municípios. O mesmo ocorre com os restos a pagar. Sem o dinheiro extra, o número de prefeitos que não deixou para o próximo gestor caixa suficiente para cobrir os restos a pagar subiria de 715 para 1.043.

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