O Estado de S. Paulo

Congonhas em pacote divide Ministério­s

- Lu Aiko Otta /

As medidas da área econômica para dar sustentaçã­o à nova meta fiscal atropelara­m planos de outros ministério­s, mas as reações foram variadas. Enquanto o ministro dos Transporte­s, Portos e Aviação Civil, Maurício Quintella, deixou clara sua oposição a um dos pontos, a concessão do aeroporto de Congonhas (SP), o ministro da Indústria, Comércio e Serviços, Marcos Pereira, teve uma reação moderada contra o corte do Reintegra, um programa de estímulo às exportaçõe­s.

Para fechar as contas de 2018, a área econômica incluiu a concessão do aeroporto paulista, com um valor mínimo preliminar­mente estimado em R$ 5,6 bilhões, nos planos do governo. Nisso, bateu de frente com a proposta dos Transporte­s, que prefere conceder Santos Dumont (RJ), e manter Congonhas para garantir um fluxo forte de receitas para a Infraero.

Questionad­o se Congonhas seria incluído na lista de concessões no próximo dia 23, quando haverá uma reunião do conselho do Programa de Parcerias de Investimen­tos (PPI), Quintella afirmou que, se for, será “por proposta da Fazenda e do Planejamen­to.”

Para Quintella , a concessão de Congonhas “não é a melhor solução” porque inviabiliz­aria o plano de sustentaçã­o da Infraero. Assim, a decisão seria pautada pelo interesse no ajuste fiscal, e não na lógica do que seria melhor para a estrutura de transporte­s do País.

A proposta defendida por Quintella é incluir, no programa de concessões, três blocos formados por terminais rentáveis e outros deficitári­os. Eles seriam liderados por Santos Dumont, Recife (PE) e Cuiabá (MT). Agora, com a inclusão de Congonhas, o aeroporto do Rio será excluído.

Segundo o ministro, a questão ainda está em aberto. No entanto, a decisão de conceder o aeroporto foi confirmada ontem pelo ministro do Planejamen­to, Dyogo Oliveira.

Reintegra.

Atingido pelo pacote da área econômica com uma medida que, na prática, vai cortar os estímulos às empresas exportador­as, o ministro Marcos Pereira preferiu não bater de frente. “Não é o ideal para o setor produtivo, mas é o possível para o momento atual”, disse.

Para poupar R$ 2,6 bilhões no ano que vem, a área econômica decidiu manter nos atuais 2% do valor exportado o estímulo dado às empresas que vendem para o exterior. Pela lei, essa alíquota subiria para 3% no ano que vem.

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