Pequeno notável
Na próxima semana, 29 bodegas uruguaias estarão em São Paulo para apresentar seus vinhos. Saiba aqui os mitos e as verdades sobre a produção do paisíto
OUruguai é pequeno, mas notável, você vai ver ao provar com atenção seus vinhos. A próxima semana oferece uma excelente oportunidade: será realizado em São Paulo o Tannat Tour, série de eventos que festeja o vinho uruguaio e tem como principal atividade uma degustação com rótulos de 29 vinícolas no Museu de Arte Contemporânea, na próxima terça (22), das 17h às 21h.
Para entender e desfrutar melhor da atual produção uruguaia, fazemos aqui uma breve apresentação sobre o que esperar dela, e as verdades e mitos sobre os vinhos.
Se você pensa que aquelas plagas produzem apenas Tannats ultratânicos e rústicos, está duplamente enganado:
O Uruguai conta com uma enorme variedade de cepas que se dão incrivelmente bem em seu terroir, inclusive no que diz respeito a castas brancas como a hiper-aromática Sauvignon Blanc e a delicada Albariño.
Há tempos, a Tannat foi domada e os produtores do paisíto hoje produzem com ela vinhos para todos os gostos.
O que é importante saber ao degustar o vinho uruguaio é que seu povo tem personalidade forte e seus vinhos seguem a mesma lógica. Produzidos por empresas familiares, são quase espelho de seus criadores, carregando em suas notas de degustação um certo DNA e sobrenome.
Outro aspecto marcante nos vinhos daquele país é a acidez, alta pela forte influência do oceano Atlântico. Em Canelones, onde estão a maioria das vinícolas, são 20 km de distância em linha reta do mar; outros projetos notáveis ficam na região costeira, como a Garzón, que ajudou a por o país no mapa global levando prêmios internacionais, embora seja propriedade de um argentino e seu espírito demasiado grandioso fuja do perfil do país. Mas os uruguaios, buena onda e buena gente, não se enciúmam e até gostam da adição hermana, que traz visibilidade e uma ideia de modernidade.
Agora se você acha que preço vai ser o grande atrativo dos vinhos uruguaios, como já foi com os argentinos e ainda é com os chilenos, esqueça. O país não é um lugar exatamente barato – pequeno e distante de muitos dos fornecedores, tem altos custos de produção.
O que o país faz bem são os vinhos de guarda, sejam tintos (provei El Preciado
2002, Tannat da Castillo Viejo, importada pela La Pastina, que ainda estava vivinho da Silva – fica a dica para quem quiser investir na safra atual) e até mesmo brancos.
Mas não entenda o recado errado: não desanime porque não se tratam de pechinchas. Com certo desprendimento financeiro, é possível conhecer vinhos de caráter fora do comum. Nesta página, além de indicações de rótulos que valem (com algumas barganhas garimpadas), você conhece a história de alguns grandes personagens do paisíto.