O Estado de S. Paulo

Pequeno notável

Na próxima semana, 29 bodegas uruguaias estarão em São Paulo para apresentar seus vinhos. Saiba aqui os mitos e as verdades sobre a produção do paisíto

- Isabelle Moreira Lima/ CANELONES VIAGEM A CONVITE DA WINES OF URUGUAY

OUruguai é pequeno, mas notável, você vai ver ao provar com atenção seus vinhos. A próxima semana oferece uma excelente oportunida­de: será realizado em São Paulo o Tannat Tour, série de eventos que festeja o vinho uruguaio e tem como principal atividade uma degustação com rótulos de 29 vinícolas no Museu de Arte Contemporâ­nea, na próxima terça (22), das 17h às 21h.

Para entender e desfrutar melhor da atual produção uruguaia, fazemos aqui uma breve apresentaç­ão sobre o que esperar dela, e as verdades e mitos sobre os vinhos.

Se você pensa que aquelas plagas produzem apenas Tannats ultratânic­os e rústicos, está duplamente enganado:

O Uruguai conta com uma enorme variedade de cepas que se dão incrivelme­nte bem em seu terroir, inclusive no que diz respeito a castas brancas como a hiper-aromática Sauvignon Blanc e a delicada Albariño.

Há tempos, a Tannat foi domada e os produtores do paisíto hoje produzem com ela vinhos para todos os gostos.

O que é importante saber ao degustar o vinho uruguaio é que seu povo tem personalid­ade forte e seus vinhos seguem a mesma lógica. Produzidos por empresas familiares, são quase espelho de seus criadores, carregando em suas notas de degustação um certo DNA e sobrenome.

Outro aspecto marcante nos vinhos daquele país é a acidez, alta pela forte influência do oceano Atlântico. Em Canelones, onde estão a maioria das vinícolas, são 20 km de distância em linha reta do mar; outros projetos notáveis ficam na região costeira, como a Garzón, que ajudou a por o país no mapa global levando prêmios internacio­nais, embora seja propriedad­e de um argentino e seu espírito demasiado grandioso fuja do perfil do país. Mas os uruguaios, buena onda e buena gente, não se enciúmam e até gostam da adição hermana, que traz visibilida­de e uma ideia de modernidad­e.

Agora se você acha que preço vai ser o grande atrativo dos vinhos uruguaios, como já foi com os argentinos e ainda é com os chilenos, esqueça. O país não é um lugar exatamente barato – pequeno e distante de muitos dos fornecedor­es, tem altos custos de produção.

O que o país faz bem são os vinhos de guarda, sejam tintos (provei El Preciado

2002, Tannat da Castillo Viejo, importada pela La Pastina, que ainda estava vivinho da Silva – fica a dica para quem quiser investir na safra atual) e até mesmo brancos.

Mas não entenda o recado errado: não desanime porque não se tratam de pechinchas. Com certo desprendim­ento financeiro, é possível conhecer vinhos de caráter fora do comum. Nesta página, além de indicações de rótulos que valem (com algumas barganhas garimpadas), você conhece a história de alguns grandes personagen­s do paisíto.

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MARIANO HERRERA/DIVULGAÇÃO Dupla dinâmica. Fernando Deicas e o filho Santiago comandam a Juanicó

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