O Estado de S. Paulo

Cerveja local. Mesmo: feita dentro da cidade de SP

- SÓ DE BIRRA HELOISA LUPINACCI heloisa.lupinacci@estadao.com

Abre hoje, em Perdizes, a Trilha Cervejaria. É pequena (tem capacidade de produção de 3 mil litros em tanques de 250 litros), mas pode ser um grande passo para a cena cervejeira paulistana. Ela marca um ponto no trajeto rumo ao “beba local”, um dos maiores lemas da Revolução Cervejeira e que empacava aqui na legislação.

Outro passo importante: será inaugurada, daqui a dez dias, em Santa Cecília, uma fábrica com tasting room da Dogma (que vai até engarrafar).

Até fins do ano passado não era permitido instalar cervejaria­s na cidade de São Paulo. Resultado: tirando alguns brewpubs como a pioneira Cervejaria Nacional e o novidadeir­o Goose Island, as marcas paulistana­s são produzidas nos arredores, o que requer grande esforço para trazer para os bares o barril de chope mais fresco.

Consideran­do a diferença de tamanhos de cervejaria­s (o impacto de uma microcerve­jaria é diferente do impacto de uma de escala industrial), foi aberta a possibilid­ade de instalar, em algumas ruas de alguns bairros, fábricas de pequeno porte.

Com isso, você vai poder comprar cerveja fresquinha direto do cervejeiro, que você pode chamar pelo nome (no caso da Trilha, ele atende por Beto).

“A gente quer ser uma cervejaria-padaria, que as pessoas vejam a cervejaria da mesma forma que veem a padaria, o lugar para buscar o pão fresquinho”, diz Daniel Bekeierman, um dos quatro sócios, ao lado de Beto Tempel e de investidor­es.

A Trilha apareceu em novembro de 2016, plugada no Ambar e no EAP, com a Melonrise (uma cerveja turva, lupulada, aos moldes da NeIPA, o estilo da moda). E de lá para cá, lançaram outras IPAs (Atlântico, Pacífico, Zest, com zest e limão siciliano e laranja, e Melonrise Cantaloup, com melão).

Em comum. As duas têm muitas caracterís­ticas em comum. São cervejaria­s com tap room, ou seja, lugares que produzem cerveja e servem em torneiras ali mesmo, para tomar na hora ou levar. Trilha abre com 12 torneiras, Dogma com 20. É possível tomar ali ou levar para casa, em growler e crowler (a lata de um litro que é cheia e fechada na hora). Vão servir comida só em food truck. Foram instaladas em locais onde funcionava­m oficinas mecânicas, ficam fora do eixo Pinheiros, em ruas tranquilas. Vão produzir pequenos lotes experiment­ais (Trilha, tanques de 250 litros, Dogma, de 250 a 500 litros) e explorar maturação de cerveja em barril de madeira. E as duas prometem. Muito.

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J.FDIÓRIO/ESTADÃO Trilha. Os sócios Daniel Bekeirman e Beto Tempel
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HELOISA LUPINACCI/ESTADÃO Dogma. Direto da fonte, dá para tomar ou levar growler
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