UBSs digitais vão dar economia de R$ 20 bi/ano
Ministério busca desde 2016 informatizar todos os postos, mas só atingiu 1/3; avanço incluirá mais interação com usuário
Na abertura do Summit Saúde 2017 do Estado, o ministro da Saúde, Ricardo Barros, destacou que todas as Unidades Básicas de Saúde (UBSs) do País estarão informatizadas até o fim de 2018. Mas ele também adiantou a economia que isso trará ao setor de saúde pública no País: R$ 20 bilhões por ano, um valor quase 20 vezes superior ao investimento na digitalização. “Só a informatização vai custar R$ 1,5 bilhão.”
A pasta convocou as unidades do Sistema Único de Saúde (SUS) a aderirem ao prontuário eletrônico até dezembro do ano passado ou justificarem sua não informatização, mas dois terços dos postos (27 mil) responderam que não tinham condições de se informatizar por razões como falta de computador, conectividade ou capacitação dos funcionários. “Nós fizemos uma chamada para os municípios e eles nos informaram tudo que faltava para que pudessem estar informatizados. Desenvolvemos, então, um modelo e um edital será publicado nos próximos dias. Cada prefeitura escolherá a empresa parceira e elas vão implementando os sistemas.”
Barros ainda destacou no evento os avanços que serão trazidos com adoção integral do prontuário eletrônico e mais interatividade com os pacientes por meio do aplicativo E-Saúde. Ao paciente, será possível avisar quando não for possível comparecer a uma consulta. “Sabemos que, em 30% das consultas, as pessoas não comparecem. Elas poderão agora confirmar com o smartphone”, disse. O ministro falou ainda sobre o projeto de criação de fila única para procedimentos cirúrgicos.
Gestores. A importância de inovar no modelo de assistência praticado hoje também foi o tema dos gestores públicos e privados convidados para o debate da manhã no WTC. “Estamos com um sistema hospitalocêntrico, no qual cuidamos da doença. O desafio é mudar para um sistema de prevenção”, afirmou o secretário estadual da Saúde de São Paulo, David Uip.
O secretário municipal da Saúde, Wilson Pollara, concordou. ‘Temos de quebrar ritos e obrigações e pensar diferente, em soluções. Nunca se pensou em economia de escala na saúde e isso tem de ser pensado.”
CEO do Beneficência Portuguesa, Denise Santos ressaltou que o hospital conseguiu superar uma grave crise financeira a partir de 2013 com projetos de gestão, cursos de capacitação e contratação de profissionais não só da área de saúde. “Buscamos trazer profissionais da indústria, do varejo e da saúde para discutir modelos mais criativos para olhar para o setor.”
Diretor-geral do centro de cardiologia do Instituto do Coração e do Hospital Sírio-Libanês, Roberto Kalil Filho ressaltou que os avanços também podem ser conquistados com parcerias. “Não vejo a Medicina de ponta hoje no hospital público sem a parceria com hospitais privados dentro do seu limite.”