Transplante no exterior custa R$ 22 mi ao SUS
O complexo transplante de múltiplos órgãos, indicado para crianças nascidas com síndromes raras e feito apenas fora do País, já custou ao Ministério da Saúde nos últimos três anos cerca de R$ 22 milhões. Todos os procedimentos foram feitos após as famílias entrarem na Justiça contra o SUS.
O procedimento ganhou destaque com o caso da menina Sofia Lacerda, que tinha a síndrome de Berdon, deficiência no sistema digestivo que impede a alimentação. Para sobreviver, ela precisava receber estômago, fígado, pâncreas e intestino delgado e grosso novos.
Sofia foi operada nos Estados Unidos em abril de 2015. O transplante foi bem-sucedido, mas ela morreu por uma infecção cinco meses depois.
Diagnosticado com a mesma doença, Samuel Soares dos Santos, de 1 ano e 8 meses, aguarda o cumprimento da decisão judicial que autorizou sua remoção para Miami para a realização da cirurgia. “A decisão saiu no dia 21 de julho, mas ainda estamos esperando a União se manifestar”, conta o pai do bebê, o carpinteiro José Gomes Soares, de 26 anos.
Em abril, ele chegou a ficar acorrentado por mais de 15 dias ao corrimão de uma escadaria do prédio da Justiça Federal na Avenida Paulista, região central de São Paulo, em protesto contra a dificuldade de acesso ao tratamento do filho.