‘Inflação médica’ ainda é de 2 dígitos
A crise que reduziu o número de associados individuais ou ligados a empresas fez os planos de saúde repensarem alternativas para cortar custos sem comprometer a qualidade do serviço. Empresas do setor lembraram que, enquanto a inflação geral tem quedas sucessivas e deixa de ser um problema para os brasileiros, a inflação médica subiu de uma média de 14,5% para a casa dos 19% nos últimos quatro anos.
“As empresas buscam minorar perdas. Estima-se que dos gastos anuais de R$ 150 bilhões em saúde suplementar, R$ 40 bilhões sejam desperdiçados”, disse Irlao Machado Filho, presidente do Grupo NotreDame – Intermédica.
Helton Freitas, da Unimed, lembrou que os planos brasileiros hoje não estão entregando o que os conveniados esperam. “Precisamos tornar o sistema mais eficiente para conseguirmos resultados melhores.”
Sérgio Santos, da Amil, lembrou que a falta de controle pode fazer com que o serviço fique insustentável nos próximos anos. “Estamos colhendo o resultado de uma série de erros do passado e não estamos enfrentando novos problemas de forma adequada. Existem fraudes, por exemplo, de entrada de microempreendedores individuais no sistema sem regulação, o que aumenta riscos.”
Manoel Peres, da Bradesco Saúde, avaliou que é preciso uma união maior das empresas do setor para combater o que se tornou “cultura do abuso”. “As empresas devem se requalificar para que técnicas criadas para renovar os tratamentos a determinadas doenças não sejam usadas para fraudar o sistema. Quem não conhece casos de empréstimo de carteirinhas, de exames desnecessários?”
São diversos os casos de mau uso dos recursos que acabam por encarecer os serviços para todos. Temos uma média de 14% de internações em prontos-socorros, quando a realidade internacional é de 2,1%”
Irlao Machado Filho
NOTRE DAME
“Pesquisas internacionais apontam que 61% dos ingleses consideram o sistema de saúde, tanto público quanto privado, ótimo ou bom – no Brasil, esse índice é de 4%” Helton Freitas
UNIMED
“A eficiência é de interesse do usuário também” Manoel Peres
BRADESCO SAÚDE