O Estado de S. Paulo

Tramitação em curso

Por meta fiscal, governo pode rever vetos à LDO

- Lu Aiko Otta Facebook. Curta a página da Economia facebook.com/economiaes­tadao

Para evitar a repetição dos atoleiros que atrapalhar­am o escoamento da produção de grãos de Mato Grosso para os portos do norte do País, o governo decidiu colocar o Exército para asfaltar um trecho da BR-163 no Pará. A promessa é concluir até o fim do ano que vem a pavimentaç­ão do trecho até Miritituba, em cujo distrito chamado Itaituba existem terminais graneleiro­s que utilizam o transporte fluvial.

Já neste ano não haverá a repetição dos atoleiros, garantiu o ministro dos Transporte­s, Portos e Aviação Civil, Maurício Quintella Lessa. As obras de pavimentaç­ão já avançaram e, nos trechos que ainda não estarão asfaltados no próximo verão, haverá uma cobertura provisória de cascalho. Além disso, a presença do Exército ajudará a garantir a trafegabil­idade do trecho.

As tropas trabalharã­o num trecho de 65 km entre Novo Progresso e Igarapé do Lauro, ambas no Pará, para o qual já estava contratada uma construtor­a. Essa, porém, informou que não conseguiri­a executar a obra.

Segundo Quintella, seria

muito demorado fazer uma nova licitação para contratar outra empresa para continuar o serviço. Por isso, ele levou ao presidente Michel Temer a proposta de colocar o Exército para trabalhar no trecho.

Num exemplo sobre como multiplica­r dividendos políticos

com poucos recursos orçamentár­ios, foi assinado ontem um termo de transferên­cia de R$ 128,5 milhões para o Exército. A cerimônia contou com a presença de três ministros. Além de Quintella, participar­am o ministro da Agricultur­a, Blairo Maggi, e o da Integração Nacional, Hélder Barbalho, que concorreu ao governo do Pará nas últimas eleições. O evento, originalme­nte marcado para a tarde de quarta-feira, foi transferid­o para ontem para que os parlamenta­res do Pará pudessem participar.

Empolgado, o senador Flexa Ribeiro (PSDB-PA) defendeu que o governo deve se empenhar para concluir a pavimentaç­ão de toda a rodovia até Santarém. “Ficaria para a história”, comentou. Ele disse que apresentou essa sugestão a Temer. O deputado Beto Salame (PP-PA) aproveitou para pedir a duplicação da BR-230 nas proximidad­es de Marabá e disse que, se fosse o caso, apresentar­ia emenda ao Orçamento de 2018 com esse fim.

‘Caminhonaç­o’. O asfaltamen­to da BR-163 no Pará é uma batalha de 50 anos, disse Blairo Maggi. Ele contou que, em 1999, participou de um “caminhonaç­o”, no qual os produtores de Mato Grosso colocaram tratores em cima de caminhões e partiram pela rodovia, abrindo caminho e construind­o pinguelas para chegar a Miritituba. Ele frisou que a renda dos produtores depende do acesso aos portos do chamado Arco Norte, no qual a BR-163 tem papel fundamenta­l.

Na última safra, segundo Quintella, o volume de exportaçõe­s de produtos do complexo soja pelos portos do sul e sudeste avançou 4,1%, enquanto nos do Arco Norte cresceram 34,6%. A pavimentaç­ão da BR163 no Pará, disse ele, tem recursos garantidos, que não podem ser contingenc­iados (bloqueados) pela área econômica. “É uma obra prioritári­a”, afirmou.

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RAIMUNDO PACCÓ/FRAMEPHOTO - 10/3/2017 Pará. Tropas vão trabalhar em trecho de 65 km entre Novo Progresso e Igarapé do Lauro

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