Unimed-Rio vende clientes para sanar as suas dívidas
Aoperadora de planos de saúde Unimed-Rio está oferecendo seu principal ativo para reduzir seu endividamento: os clientes. A empresa negocia o seu balcão para a venda de seguros. Já há conversas em andamento, mas nenhum contrato de exclusividade foi fechado. As candidatas a levar são seguradoras que operem, sobretudo, no segmento de varejo. A operadora também está em busca de parcerias com players estratégicos em saúde como, por exemplo, hospitais e laboratórios. A Unimed-Rio exige uma fatia do negócio e, em troca, oferece clientela para o estabelecimento. Com conversas em andamento, dois ou três negócios podem sair já neste ano. A busca por parcerias faz parte da reestruturação da cooperativa, que está sendo assessorada pelo Santander. Procurados, a Unimed-Rio não retornou e o Santander não comentou.
Ajuda aí. A Oi negocia com Anatel e Congresso carência, desconto na primeira parcela e flexibilização no juro para o pagamento de dívidas de empresas em recuperação judicial por meio do Programa de Regularização de Débitos não Tributários (PRG). As conversas têm por objetivo fazer com que a conta da tele com o regulador caiba em seu plano de recuperação judicial.
Não fecha. Se paga conforme está na Medida Provisória 780, que criou o programa, a dívida da Oi com a Anatel terá de ser quitada sem prazo de carência. Isto é, difere do plano de recuperação desenhado pela tele e desequilibra projeções de receitas, investimentos e fluxos de pagamento das outras dívidas. A MP atual vence em outubro e a Oi trabalha para fazer valer as condições desejadas na edição final da medida.
Contra o tempo. A primeira assembleia de credores está prevista para outubro e a Anatel deu à tele até o final deste mês para entregar um plano de recuperação readequado, com garantias de que conseguirá por em pé um aumento de capital de R$ 8 bilhões e pagamento do regulador. A dívida a ser paga no âmbito do programa de regularização soma R$ 7,3 bilhões pelos cálculos da Oi. Há outros R$ 6,1 bilhões que seriam liquidados pelos Termos de Ajustamento de Conduta (TACs). A Oi quer parcelar a dívida com a Anatel em 20 anos, com 10 de carência e correção pela TR.
Sem saída. A própria Anatel está em uma sinuca de bico. Tem de seguir a lei e forçar a Oi a atender suas exigências sob a ameaça de intervenção. Mas o que corre nos bastidores dos observadores do caso é que, na verdade, a intervenção não é o grande desejo do regulador. Oi disse que avalia a MP 780, mas aguarda a redação final da referida medida para tomar uma decisão sobre o tema. A Anatel não respondeu.
Sustentável. A MRV Engenharia, maior construtora do Minha Casa, Minha Vida (MCMV), já lançou 8,3 mil apartamentos com placas de energia solar desde junho. O volume corresponde a quase metade do total de unidades lançadas até o primeiro semestre. A companhia investirá R$ 800 milhões nesse tipo de tecnologia nos próximos cincos anos. Com isso, espera que até 2021 todos os seus empreendimentos sejam adeptos da energia fotovoltaica, que pode gerar redução de até 80% na conta de luz do condomínio.
Querendo. O Banco Central convocou, nos últimos dias, agentes do mercado para ouvir sugestões sobre a regulamentação das Letras Imobiliárias Garantidas (LIGs). A interação alimentou a expectativa de que as regras para o novo instrumento de captação bancária sejam conhecidas ainda neste mês, na próxima reunião do Conselho Monetário Nacional (CMN), agendada para o dia 31. Nos bastidores, porém, o martelo ainda não foi batido. Pesa, sobretudo, a burocracia em torno dos novos títulos. Procurado, o BC não comentou.
Muleta. Um mês depois de anunciar um aumento de preços de mais de 10%, a Usiminas acaba de promover um novo reajuste, apoiada na valorização do aço no mercado externo. Dessa vez, o aumento é de 13,1% para a rede de distribuição e valerá a partir de 1.º de setembro. Procurada, a Usiminas confirmou o ajuste.
Com a palavra. O fundo KKR afirma que continua em seus escritórios no Brasil e atualmente não tem planos de alterar isso. O KKR captou recentemente US$ 13 bilhões para um fundo de private equity que fará prospecção de grandes negócios, o que será fator determinante na tomada de decisões sobre alocação de pessoal no Brasil e em outras localidades. Como membro do conselho, o KKR continuará dando total apoio à Aceco. O fundo mantém um compromisso integral com os esforços de remediação em andamento na empresa, em cooperação com as autoridades brasileiras, para reparar um esquema de fraudes contábeis e corrupção envolvendo a administração anterior. Na última terça-feira, a Coluna informou que o KKR preparava sua saída do Brasil.