O filme que pode ‘humanizar’ Donald Trump
Cineasta Kathryn Bigelow espera que presidente assista a seu novo filme, ‘Detroit’, que retrata as tensões raciais norte-americanas de 1967
A diretora de cinema Kathryn Bigelow disse nesta semana que gostaria que o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, assistisse ao seu novo filme, Detroit, e que este poderia ajudar a humanizá-lo em um momento no qual a tensão racial está abalando a nação.
Detroit é um olhar implacável sobre os tumultos do verão de 1967 na cidade norte-americana que lhe dá título, quando emergiram as tensões entre moradores negros e uma força policial predominantemente branca. Críticos disseram que o filme é poderoso, mas difícil de assistir.
“O filme é uma espécie de acusação da disseminação do racismo. E, obviamente, vimos essa disseminação ocorrendo mais uma vez alguns dias atrás, em Charlottesville”, disse Bigelow aos repórteres por ocasião da estreia britânica da produção, em Londres. Kathryn Bigelow foi a primeira mulher a ganhar um Oscar de melhor direção por Guerra ao Terror, de 2008. Ela também é diretora de A Hora Mais Escura, de 2012, e K-19: The Widowmaker, de 2002, entre outros.
Trump alimentou a tensão depois de uma manifestação de nacionalistas brancos em Charlottesville, na Virgínia, no último fim de semana, ao culpar tanto extremistas de direita quanto de esquerda pela violência e ressuscitou um debate intenso sobre as relações raciais no país.
Kathryn Bigelow disse que “encorajaria (Trump) a ver o filme só na esperança de que possa humanizá-lo, talvez algo que é inimaginável para ele”.
“Mas minha pequena plataforma é como cineasta e espero que tenha enviado uma mensagem ao mundo de que temos que começar a falar sobre a desigualdade”, acrescentou. Detroit estreou nos cinemas dos EUA no início do mês. A previsão é que o filme entre em cartaz no Brasil em 7 de setembro.
/ REUTERS