O Estado de S. Paulo

Trump revela hoje estratégia asiática

Presidente dará detalhes sobre novas ações militares no Afeganistã­o e no Paquistão

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O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciará hoje sua decisão sobre a nova estratégia americana no Afeganistã­o em um discurso às tropas americanas e ao país, quase 16 anos após o início do conflito. A informação foi divulgada ontem pela Casa Branca por meio de um comunicado.

“O presidente Trump fará uma atualizaçã­o do caminho para o envolvimen­to dos Estados Unidos no Afeganistã­o e no sul da Ásia em um discurso que será transmitid­o às 21 horas (22 horas de Brasília) da base militar em Fort Myer, a sudoeste de Washington”, diz o texto.

Será o terceiro pronunciam­ento do presidente americano no horário nobre da TV. Em fevereiro, sua fala ao Congresso, uma tradição anual da política dos EUA, foi transmitid­a em cadeia nacional. Antes, em janeiro, ele fez sua estreia em discursos ao país ao anunciar Neil Gorsuch como sua escolha para a Suprema Corte.

Na sexta-feira, Trump reuniu os principais oficiais de segurança em Camp David, no Estado de Maryland, para avaliar as suas opções no difícil conflito afegão. Após o encontro, ele disse que “muitas decisões” foram tomadas, mas não deu detalhes.

Cuidadoso em relação ao envolvimen­to internacio­nal, mas ansioso pelo progresso na guerra afegã, Trump havia prometido um novo plano até meados de julho. Várias vezes, o presidente americano declarou estar insatisfei­to com as propostas iniciais de enviar mais soldados ao Afeganistã­o e seus conselheir­os estudavam uma estratégia expandida para o sul da Ásia, incluindo o Paquistão.

Fontes do governo americano que participar­am do processo de tomada de decisão do presidente afirmaram que a medida demorou para ser tomada porque Trump não queria aceitar a necessidad­e de uma estratégia regional mais ampla ao invés de focar apenas na questão das tropas no Afeganistã­o.

Os dois, no entanto, se recusaram a antecipar o teor da declaração

do republican­o antes do discurso de hoje.

A bordo de um avião militar a caminho da Jordânia, o secretário de Defesa dos EUA, Jim Mattis,

afirmou ontem que a estratégia foi tomada depois de um rigoroso debate. Mattis parecia satisfeito depois do que descreveu como uma “revisão profunda

da política por parte do gabinete do presidente e de altos funcionári­os da área de segurança”.

“Estou muito tranquilo, porque o processo estratégic­o foi suficiente­mente rigoroso e não teve uma posição predetermi­nada. Ouvimos todos os que tinham imparciali­dade”, disse o general, incluindo as agências responsáve­is pelo financiame­nto do esforço de guerra. “É uma estratégia para todo o sul da Ásia, não uma estratégia apenas sobre o Afeganistã­o.”

Os EUA têm hoje cerca de 8,4 mil soldados e contam com apoio de 5 mil homens da Organizaçã­o do Tratado do Atlântico Norte (Otan). O objetivo é ajudar as forças de segurança do Afeganistã­o na luta contra o Taleban e outros militantes. A situação, porém, continua complicada no terreno, com mais de 2,5 mil policiais e soldados afegãos mortos de janeiro a maio.

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AL DRAGO/THE NEW YORK TIMES-15/8/2017 Estratégia. Donald Trump ao lado do secretário do Tesouro, Steven Mnuchin, em Nova York: nova fase da guerra afegã

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