Delegado assassina mulher e se mata em condomínio de Perdizes
Homem deixou filha de 6 anos com vizinho pouco antes do crime; ele tinha depressão e passava por tratamento, diz família
da Rocha, na Grande São Paulo. Eles têm uma filha, de seis anos, que não estava no local no momento do crime. Lanfredi ainda tem outra filha mais velha, de um relacionamento anterior.
Por volta das 4h30 da manhã, pouco antes do crime, a criança foi deixada com o padrinho, que mora no mesmo edifício em que o casal. Lanfredi disse ao vizinho que havia se desentendido com a mulher e que ela havia saído de casa. Já a menina contou ao padrinho que os pais brigaram porque Lanfredi não havia tomado seu remédio. Quando o vizinho e o porteiro entraram no apartamento, encontraram os dois mortos sobre a cama. Eles chamaram a Polícia Militar por volta das 6 horas da manhã.
Cláudia foi atingida por um tiro na nuca, que atravessou seu crânio até a testa. Já no marido, o buraco da bala estava na têmpora direita. O revólver, de calibre 38, estava sobre o corpo do homem. Segundo vizinhos disseram à polícia, ele já havia tentado suicídio neste ano.
Ao Estado, Cristiano Lanfredi, irmão do autor do crime, contou que o delegado passava por “depressão profunda”. Segundo Cristiano, ele “estava sob tratamento médico e afastado do serviço desde o ano passado, depois que a mãe morreu.”
Um amigo da família, que pediu para não ser identificado, disse ter ficado “muito surpreso” com a notícia. “Eles tinham um ótimo relacionamento. Foi um baque saber disso. A família está toda traumatizada”, comentou.
Outro parente de Lanfredi, que também pediu anonimato, destacou que a família está arrasada. “Estão muito abalados. A ficha não caiu ainda.” Nas redes sociais de Lanfredi, há muitas fotos da família em momentos felizes, abraçados ou em viagens. Ontem, vários amigos lamentaram a tragédia.
Em nota, a Polícia Civil informou que Lanfredi havia se licenciado da instituição para exercer cargo comissionado no Legislativo.
O caso foi registrado como homicídio qualificado no 91.º Distrito Policial (Vila Leopoldina) e será apurado pelo 23.º DP (Perdizes). Os celulares do casal foram apreendidos e as conversas serão analisadas na investigação.
O Tribunal Regional do Trabalho da 2.ª Região, em seu site, lamentou ontem a morte de Cláudia e comunicou que o expediente ficará suspenso hoje no Fórum de Franco da Rocha.
Segundo os registros estatísticos da Secretaria da Segurança Pública, 55 mulheres já foram assassinadas entre janeiro e julho em todo o Estado. O número é 10% maior do que o registrado em igual período no ano passado. Dez dessas vítimas de homicídio moravam na capital.
Investigação.