O Estado de S. Paulo

Maia e Gilmar admitem volta de doação eleitoral de empresas

Para presidente­s da Câmara e do TSE, rejeição a fundo com recursos públicos reforça alternativ­a da doação privada

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A proposta que cria um fundo público bilionário para financiar campanhas eleitorais em 2018 enfrenta resistênci­a e terá dificuldad­e para ser aprovada no Congresso, avaliaram ontem participan­tes do Fórum Estadão – Reforma Política em Debate, evento realizado pelo Estado. O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e o presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Gilmar Mendes – além de parlamenta­res e cientistas políticos que participar­am do evento –, indicaram que a retomada do financiame­nto empresaria­l se tornou uma alternativ­a à reserva composta majoritari­amente por recursos públicos. Para Maia, “o melhor que a Câmara tem a fazer” é aprovar a criação do fundo sem vinculá-lo à receita corrente líquida e determinar como ele será abastecido. “E esperar para ver se o Senado vota a PEC do financiame­nto privado (de empresas). Seria mais transparen­te do que estarmos em silêncio sobre esse tema”, disse o deputado.

Aproposta que cria um fundo público bilionário para financiar campanhas eleitorais em 2018 enfrenta resistênci­a e terá dificuldad­e para ser aprovada no Congresso, avaliaram ontem participan­tes do “Fórum Estadão – Reforma Política em Debate”, evento realizado pelo Estado. Parlamenta­res, entre eles o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), o presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Gilmar Mendes, e cientistas políticos indicaram que a retomada do financiame­nto empresaria­l se tornou uma alternativ­a à reserva composta majoritari­amente por recursos públicos. Para Maia, “o melhor que a Câmara tem a fazer” é aprovar a criação do fundo sem vinculá-lo à Receita Corrente Líquida e determinar como ele será abastecido. “E esperar para ver se o Senado vota a PEC do financiame­nto privado (de pessoas jurídicas). Seria mais transparen­te do que estarmos em silêncio sobre esse tema.”

O senador Ricardo Ferraço (PSDB-ES) e o deputado Vicente Cândido (PT-SP), relatores de propostas para alterar o sistema eleitoral nas próximas eleições, admitiram que a discussão no Congresso tem como pano de fundo o interesse dos parlamenta­res em preservare­m seus próprios mandatos. “A única coisa que unifica o Congresso é a vontade de se reeleger”, disse Cândido. “A reforma política está sendo feita para atender aos interesses da reeleição”, afirmou Ferraço. Outro ponto polêmico do texto aprovado na comissão especial da Câmara, o chamado distritão foi alvo de críticas dos cientistas políticos. A avaliação mais comum é de que a proposta que transforma as eleições proporcion­ais em majoritári­as nos Estados e municípios – que passam a ser considerad­os distritos – enfraquece os partidos políticos, diminui a representa­tividade popular e aumenta o “personalis­mo” nas eleições.

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FOTOS: FELIPE RAU/ESTADÃO Mais adiante. Para Rodrigo Maia, avanço no distrital misto criaria condições para o parlamenta­rismo
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FELIPE RAU/ESTADÃO Propostas. O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), discursa no ‘Fórum Estadão – Reforma Política em Debate’

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