Fórum dos Leitores
REFORMA POLÍTICA
O ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal (STF), na resposta que deu em entrevista ao Estadão/Broadcast sobre a proposta de criação de um fundo público de R$ 3,6 bilhões para financiar as campanhas eleitorais, foi curto e grosso: “Um desaforo”. E o disse com toda razão. Se nos lembrarmos de que a atual equipe econômica do governo nos acena a todo instante com aumentos de impostos e outros sacrifícios, essa verba proposta na reforma política, assim como os abatimentos no programa do Refis, é um desaforo da parte daqueles que ainda acreditam na impunidade. Ainda sobre a reforma política, que será tratada no Congresso esta semana, o cientista Bolívar Lamounier perguntou, durante recente programa GloboNews Painel, na TV, se o relator da reforma não poderia ter lido ao menos um livro sobre Política antes de propor o tal “distritão”, um sistema que estimula o clientelismo e que, de tão esdrúxulo, é adotado em apenas quatro países: Afeganistão, Jordânia e nos arquipélagos Vanuatu e Ilhas Pitcairn, estas com 56 habitantes. No Brasil, ele foi proposto nada mais, nada menos do que pelo ex-deputado Eduardo Cunha, e encampado pelo presidente Michel Temer. Todas essas propostas e esta discussão nós devemos guardar bem na memória, mesmo que no fim não sejam aprovadas, pois serão uma rica fonte para decidirmos, curta e grossamente, em quem não votar, de maneira nenhuma, nas eleições de 2018.
GILBERTO PACINI benetazzos@bol.com.br
São Paulo
Financiamento público
O ministro Barroso acha um desaforo fundo de R$ 3,6 bilhões para bancar campanhas eleitorais de políticos. Eu também acho. E acho até um pouco mais: que não deveria haver dinheiro público para este fim. Os políticos deveriam captar recursos entre aqueles que acreditam neles; senão, que peguem seu carro, juntem seus amigos e façam carreatas e corpo a corpo. Mas, caro ministro, há outras coisas desaforadas por aí: penduricalhos nos salários de juízes, procuradores e políticos; assalariado não ganhar auxílio-paletó, não ter apartamento funcional, não ter vale-refeição nos níveis de alguns agentes públicos, inclusive nas férias; e, também, o desaforo praticado pelo colega Ricardo Lewandowski, junto com Renan Calheiros, rasgando a Constituição na nossa cara e deixando intactos os direitos políticos de Dilma Rousseff. São tantos desaforos, ministro, que não dá para elencá-los todos. JAMES PEREIRA ROSAS jrosas2755@gmail.com
Rio de Janeiro
Exemplo
Concordo com o ministro Luís Roberto Barroso de que é um “desaforo” a criação de um fundo de R$ 3,6 bilhões para financiar campanhas eleitorais. Mas também considero um desaforo que tantos membros do Judiciário e do Ministério Público percebam vencimentos acima do teto estabelecido na Constituição. Afinal, são eles que deveriam, em primeiro lugar, dar o bom exemplo de uso do dinheiro público. Um passo já foi dado pela presidente do STF, ao determinar aos tribunais de todo o País que informem em detalhe o que é pago a cada um de seus membros. Mas isso só não basta. É preciso que se dê um fim aos inúmeros penduricalhos criados para “driblar” a Constituição e permitir esses aumentos indevidos. Estou certo de que só assim procedendo o Judiciário terá força moral para criticar os demais Poderes da República e exigir que acabem com a farra imoral com nossos suados impostos. MARCOS CANDAU carvalhocandau@gmail.com
São Paulo
Do próprio bolso
Uma pessoa que se candidata a um cargo público, caso seja eleita, será por nós sustentada por anos, talvez uma vida inteira. Terá um alto salário, mordomias diversas, tudo pago por nós, é claro. Por que nós temos de financiar a campanha dessa pessoa? Por que não deve ser ela a investir na sua profissão, assim como todos os outros profissionais que financiam seus próprios estudos durante anos, por exemplo? Os impostos que pagamos, com muito sacrifício, deveriam ser usados para termos saúde, segurança e educação de qualidade. Não é justo que esse dinheiro seja “doado” a candidatos que podem muito bem custear a própria campanha. MARINA R. BLANCO MALUFI mmalufi@terra.com.br Olímpia
Revolução nas urnas
Não basta apenas uma reforma, o Brasil precisa de uma revolução política, visando a conceitos mais radicais do que é ser representado no Congresso. Vivemos um limbo político: deputados, senadores, ministros de Estado, presidente da República, todos por um fio; instituições acusando-se reciprocamente; fiscais da lei querendo julgar; juízes com salários de fazer inveja a marajás; e bandidos servindo de meio para derrubar um presidente. A revolução política se apresenta ao povo, que é o único titular do direito à revolução. Nas próximas eleições, não vamos apenas eleger, mas sim fazer uma revolução. Brasil, acorde!
VALDIR TOZATTI valdirtozatti@outlook.com Limeira