‘Lava Jato é o risco para a elite política’
O cientista político Rafael Cortez, da Tendências Consultoria, disse ontem no “Fórum Estadão – Reforma Política em Debate”, que o recente processo turbulento enfrentado pelo País trouxe como saldo positivo a discussão do tema reforma política pela sociedade.
Cortez avaliou que o mais importante neste momento é recuperar a crença na legitimidade do processo político. “Em boa parte das vezes em que há mudanças no sistema eleitoral, tem a ver com problemas enfrentados pela elite política. No caso atual, esse risco (para a elite política) tem nome e sobrenome: Operação Lava Jato’’, afirmou, citando as investigações sobre um esquema de corrupção e desvios na Petrobrás que já dura mais de três anos.
Fragmentação. Para Cortez, dois pontos sobre a reforma política são os mais importantes. O primeiro, que tem a ver com a governabilidade, é o número exacerbado de partidos. O segundo – e mais relevantes para o cientista político –é o financiamento de campanha.
“Boa parte dos escândalos (de corrupção) está relacionada ao efeito do financiamento. Me parece que essa deveria ser a atenção dada do Congresso Nacional na discussão sobre reforma política”, afirmou Cortez.
Já o cientista político Cláudio Couto, da Fundação Getulio Vargas (FGV), avaliou que o número de parlamentares não é o problema do País, citando democracias em que esta quantidade é ainda maior e em resposta a questionamentos da plateia. “O problema pode ser o número de assessores, os valores’’, disse. /