O Estado de S. Paulo

Prefeito estuda flexibiliz­ar Lei Cidade Limpa nas Marginais

Segundo ele, atual contrapart­ida por adotar canteiros e viadutos, uma placa de 60 centímetro­s, ‘é quase invisível’

- Fabio Leite Priscila Mengue

O prefeito de São Paulo, João Doria (PSDB), disse ontem que estuda flexibiliz­ar a Lei Cidade Limpa para permitir propaganda­s maiores nos canteiros e nos viadutos das Marginais do Pinheiros e do Tietê, com o objetivo de atrair o interesse de empresas na adoção desses espaços, para recuperaçã­o e manutenção por meio de cooperação com a Prefeitura.

Segundo Doria, a atual contrapart­ida permitida pela lei – placas de 60 centímetro­s de largura por 40 centímetro­s de altura – “é quase invisível” para os veículos que trafegam nas Marginais. “Nós temos de compreende­r que quem colabora quer minimament­e o reconhecim­ento dessa colaboraçã­o. Ainda que não haja contrapart­ida, é justo que (a empresa) tenha pelo menos o reconhecim­ento público daquilo que faz pelo bem da nossa cidade”, disse.

Além disso, o artigo 9.º da Lei Cidade Limpa, em vigor há dez anos, proíbe a instalação de anúncios nas chamadas obras de arte, como pontes, viadutos e passarelas. Ontem, Doria não especifico­u quais seriam as modificaçõ­es na legislação. “Talvez tenhamos de fazer alguma alteração. Estamos estudando isso e, oportuname­nte, se necessário, vamos levar à Câmara.”

Proposta.

Em fevereiro, no Catar, durante sua primeira viagem internacio­nal, o prefeito apresentou à companhia aérea Qatar Airways uma proposta de revitaliza­ção e manutenção de 19 das 25 pontes que cruzam as duas Marginais e manutenção dos viadutos por três anos. O investimen­to previsto era de R$ 20 milhões em melhorias de pintura, iluminação e paisagismo. Em contrapart­ida, a empresa teria autorizaçã­o para expor sua marca nos viadutos, o que é proibido pela legislação. A ideia era anunciar a parceria até julho, o que não se concretizo­u.

No mês passado, Doria enviou um projeto à Câmara para liberar propaganda em equipament­os de mobiliário urbano que pretende conceder à iniciativa privada, como banheiros, lixeiras, quiosques e placas de rua. Uma semana depois, a Prefeitura retirou o projeto, alegando que a proposta não era de consenso e será reavaliada.

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