O Estado de S. Paulo

Projeto de Raí visa demolir Tobogã e criar centro cultural

Empresa do ex-meia do São Paulo é uma das cinco convocadas pela prefeitura para discutir ideias de uso do estádio

- Robson Morelli

Raí faz parte do time de notáveis que o São Paulo montou. Sua preocupaçã­o é fortalecer o mutirão que tenta tirar a equipe da zona de rebaixamen­to. Em sua agenda também há outros projetos. Ele e o sócio Paulo Velasco estão à frente da Raí+Velasco no chamamento da Prefeitura para apresentar solução de uso para o Pacaembu. Se tudo der certo, Raí, chamado no passado de “O terror do Morumbi”, pode ser decisivo na transforma­ção do complexo esportivo de outro estádio, o Paulo Machado de Carvalho.

A Raí+Velasco denomina-se uma empresa de gestão de marcas e desenvolvi­mento de negócios nas áreas de esportes, cultura e design. Ela foi pré-selecionad­a entre cinco escolhidas para apresentar sugestões de mudanças no Pacaembu. Em edital do Diário Oficial, a Prefeitura de São Paulo abriu concessão do local para a iniciativa privada. O prefeito João Doria visa, com isso, economizar R$ 9 milhões anuais aos cofres municipais. O edital não engloba o Museu do Futebol, que pertence ao governo do Estado, e a administra­ção da Praça Charles Muller.

A convocação era para que os interessad­os enviassem projetos sobre investimen­tos, novas formas de uso e fontes de receitas ao Pacaembu. A Raí+Velasco trabalha com três pilares: diminuir a capacidade do estádio demolindo o Tobogã, de modo a oferecer mais conforto e segurança ao torcedor; construir no local do Tobogã centros culturais e de serviço, que pudessem ser usados durante toda a semana; e transforma­r o complexo num parque urbano esportivo.

O futebol continua sendo a vedete do local. A ideia é que os projetos, incluindo o de Raí, passem primeiro por consulta pública e avaliação. Depois disso, a prefeitura fará licitação para uma concessão de 10 anos. “Estamos na fase de apresentaç­ão de ideias. A Raí+Velasco tem o interesse em participar disso. Mas ainda estamos numa fase inicial, de discussão”, disse Raí.

Atualmente, apenas o Santos manda jogos no estádio. É possível que o local se torne um “elefante branco” sem investimen­to e novos caminhos de uso.

Velasco afirmou ao Estado que é a segunda vez que a empresa participa do processo. “A primeira foi em 2015, com o então prefeito Haddad. Mas o processo não teve continuida­de”. Velasco, formado em administra­ção pública pela FGV, explica que a empresa se juntou a parceiros específico­s de outros segmentos a fim de formatar o projeto. “Queremos um novo uso para o Pacaembu, que vai de acordo com o cresciment­o da cidade e com o que vemos lá fora”.

Em relação ao estádio, há um problema. Como o imóvel é tombado, para tirar qualquer tijolo do lugar é preciso autorizaçã­o do Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico de São Paulo. O Pacaembu é de 1940 e já foi a casa do Corinthian­s. Não pode receber shows musicais.

Escolha.

O projeto aprovado será oferecido a investidor­es por meio de licitação pública. Os interessad­os é que bancarão as reformas e o próprio projeto de Raí para o complexo. Dentre as cinco iniciativa­s de uso e gestão, há ideias como a cobertura do estádio, modernizaç­ão dos assentos e criação de camarotes, e de até outras modalidade­s esportivas, como surfe em piscina. As empresas finalistas são: Arena Assessoria de Projetos, BF Capital, Arap, Nishi & Ueda Advogados, Jones Lang LaSalle, além da Raí+Velasco.

R$ 9 milhões é quanto a Prefeitura espera economizar na gestão do complexo esportivo

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