Caixa quer impugnar lista de credores do Grupo Heber
ACaixa Econômica Federal quer impugnar a lista de credores do Grupo Heber, na qual consta como detentor quirografário de dívida – ou seja, que não tem garantias atreladas à sua exposição, de cerca de R$ 2,8 bilhões. A reclamação do banco estatal é de que seus créditos estão garantidos e devem ficar fora do processo de recuperação na Justiça. Alega ainda que a Concessionária SPMar, do Grupo Heber, está alienada à Caixa e que é detentora de todos os recebíveis da concessão. O Heber entrou com pedido de recuperação judicial na semana passada, com uma dívida total de R$ 7,8 bilhões. A SPMar é responsável pelos trechos Leste e Sul do Rodoanel Mário Covas, que interliga as rodovias estaduais paulistas Anchieta e Imigrantes às rodovias Ayrton Senna e Presidente Dutra. A concessão foi obtida em 2011. Procurado, o Grupo Heber informa que está convencido de que os argumentos para o seu pedido de Recuperação Judicial são sólidos e consistentes. Diz ainda que “aguarda com tranquilidade e otimismo a decisão da Justiça”.
Mais uma vez. O fundo de private equity Bain Capital voltará a analisar a abertura de capital da operadora de saúde Notredame Intermédica no início do ano que vem. A ideia do controlador é aproveitar os resultados do exercício de 2017 para convencer os investidores de que o valor de avaliação de R$ 10 bilhões desejado pela companhia é justo. A despeito da boa receptividade dos investidores nos encontros preliminares para a oferta inicial de ações (IPO, na sigla em inglês), a indicação era de que dificilmente o preço almejado seria alcançado.
Dinheiro no bolso. No mercado comenta-se, ainda, que um mecanismo de bonificação dado aos administradores da operadora, chamado de stock option, trouxe algum desalinhamento entre os executivos da Intermédica e a Bain. Isso porque o valor a ser recebido pela administração seria maior em caso de IPO do que em uma operação fusão e aquisição (M&A, na sigla e inglês), que também era considerada pelo fundo.
» Caindo em desuso. A stock option, uma espécie de remuneração variável, permite que os profissionais adquiram ações da empresa onde trabalham com um preço abaixo do praticado no mercado. Esse mecanismo de bonificação, no entanto, tem deixado cada vez mais de ser utilizado. Procurada, a Intermédica não comentou.
» Sob nova direção. O Banco Pan (ex-Panamericano) trouxe André Calabró, ex-Recovery, para reforçar a sua equipe de crédito e cobrança. Depois de se reestruturar, a instituição está investindo no meio digital, que tem sido amplamente atacado pelas fintechs, startups do setor financeiro, no Brasil. Calabró, que deixou este ano a empresa de recuperação de créditos Recovery, passou ainda por Santander, Aymoré Financiamentos e Banco Fiat. » Recorde. Os procedimentos de arbitragem devem voltar a superar a marca de 100 neste ano, como aconteceu em 2015, o maior registro desde 1989. A previsão é do Centro de Arbitragem e Mediação da Câmara de Comércio Brasil-Canadá (CAMCCBC), a mais antiga do País e onde estão 50% das arbitragens conduzidas no Brasil. Em 2015, o número de arbitragens somou 112, sendo 61 nos primeiros seis meses.
» Mais ágil. No ano passado, foram 98 processos arbitrais. A vantagem desse tipo de discussão de conflitos empresariais está na celeridade, com soluções em tempo médio de dois anos. Os valores discutidos estão, em média, em R$ 100 milhões.
» Risco alto. A onda de violência no Rio de Janeiro trouxe um novo fator de risco para as locadoras de veículos. A percepção é de que haverá pressão nos resultados das companhias com avarias, inadimplência e roubo. Isso ocorre em meio à queda dos preços de aluguel de veículos diante de um ambiente mais competitivo.
» Negociação. A indústria têxtil brasileira está em missão no México para tentar ampliar as exportações brasileiras para aquele país, ainda com os olhos voltados para os Estados Unidos. Um dos principais pontos da pauta, levada pela Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção (Abit), é ampliar um acordo econômico, alterando tarifas de exportação que, em alguns produtos, poderiam até mesmo ser zeradas.
De porta em porta. Para que os produtos brasileiros possam aproveitar o acordo do Nafta (Acordo de Livre Comércio da América do Norte), será necessário, ainda, que a negociação tenha uma cláusula de acumulação de origem, a qual permitiria que os insumos locais possam ser processados no México e, então, exportados para os Estados Unidos.