Sindicato afirma que vai lutar contra venda
“Éramos contra a venda das usinas porque entendemos que isso seria ruim para a sociedade, pois aumentaria o preço da energia.” Emanuel Mendes
DIRETOR DA ASSOCIAÇÃO DOS
EMPREGADOS DA ELETROBRÁS (AEEL)
A Associação dos Empregados da Eletrobrás (Aeel) foi pega de surpresa pelo anúncio de que o governo federal pretende privatizar a estatal do setor elétrico, mas já planeja para hoje a “luta contra a venda do patrimônio”, afirmou Emanuel Mendes, diretor da entidade de funcionários. A Eletrobrás informou após o fechamento do mercado que foi comunicada pelo ministro Fernando Coelho Filho sobre a intenção do Ministério de Minas e Energia de propor a desestatização da estatal do setor elétrico. “Eles (o governo) querem entregar tudo, mas vai ter resistência”, disse Mendes.
Segundo o diretor da Aeel, a entidade participava recentemente do debate em torno da intenção da Eletrobrás de vender suas participações em diversos ativos, incluindo as cerca de 40 usinas de geração de energia nas quais a estatal possui participação. A posição da Aeel era contrária à venda de usinas. “Éramos contra a venda das usinas porque entendemos que isso seria ruim para a sociedade, pois aumentaria o preço da energia”, afirmou Mendes.
Para o diretor da associação, tanto no caso da venda das participações em usinas quanto no caso de privatização completa da estatal, o momento é ruim para vender. “O povo investiu dinheiro naquilo e agora o governo está leiloando a preço de banana”, disse Mendes.
O líder sindical lembrou ainda que a decisão vem num momento em que a diretoria empossada no governo do presidente Michel Temer vinha trabalhando numa reestruturação da estatal. A Eletrobrás fez um programa de demissão voluntária e cortou custos, lembrou Mendes.
Reestruturação.
A estatal do setor elétrico tem aberto um Programa de Aposentadoria Extraordinária (PAE), para empregados em condições de se aposentar ou já aposentados pelo INSS. A meta da companhia era adesão de 2.500 servidores, mas atingiu 2.100, o que já foi considerado um sucesso pela diretoria, segundo fontes. A perspectiva é de uma economia de R$ 900 milhões por ano. Um segundo plano deverá ser aberto até o início do próximo ano, voltado para o pessoal administrativo, com meta de adesão de 2.700 funcionários.
Os estudos feitos pela companhia apontam que cerca de 35% do pessoal da estatal teria idade para se aposentar. O presidente da estatal, Wilson Ferreira Jr, que assumiu o comando há um ano, vinha afirmando que uma das metas do programa de reestruturação era reduzir o número de funcionários pela metade. /