Comida de tasca, com fartura e sem frescura
Era uma tasca portuguesa com certeza, com o perdão do irresistível trocadilho musical. Na mais que centenária Adega das Gravatas, em funcionamento desde 1908, um farto almoço para duas pessoas custou, no total, ¤ 19. Por este valor, comemos um prato de polvo grelhado com batatas (tão bem servido que sobrou), uma entrada de bolinhos de bacalhau e ainda seis copos de cerveja da torneira e dois cafés.
As tascas são o tipo mais tradicional de restaurante português, aquele que garante comida honesta a preços que se pode pagar no dia a dia. Com ambientes simples e serviço econômico, sua clientela é formada por moradores. Em março do ano passado, no entanto, o jornalista lisboeta Tiago Pais lançou o ótimo guia As 50 Melhores Tascas de Lisboa, que ajuda a encontrá-las pela cidade. Comprei o meu por ¤ 11 na Fnac do Chiado (fnac.pt).
A Adega das Gravatas fica num bairro mais distante do centro, o Carnide. Dá para ir de metrô com a linha azul, descer na estação que leva o nome do bairro e andar 500 metros até o restaurante. Não há turistas por lá; a graça da experiência, além de comida e bebida baratíssimas, é justamente estar entre moradores. Inclusive enquanto espera na fila, do lado de fora – na minha visita, em um feriado nacional, a espera durou menos de meia hora. Site: bit.ly/adegadasgravatas.
De chef. No agora pop Mercado da Ribeira, reformado em 2014, o Balcão da Esquina é uma versão reduzida de tasca cujo proprietário é famoso também no Brasil: o chef Vitor Sobral, dono da Tasca da Esquina, em São Paulo.
No seu balcão ou nas mesas ao ar livre, serve pratos como polvo no forno, bacalhau com purê de batatas e ovo mole, e amêijoas, um tipo de molusco cozido no azeite e servido com limão, delicioso. Com um copo de vinho, o almoço custa cerca de ¤ 20 por pessoa: balcaodaesquina.com.