O Estado de S. Paulo

Acusado solto por Gilmar vira foragido

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O ex-presidente do Departamen­to de Transporte­s Rodoviário­s do Estado do Rio de Janeiro (Detro-RJ) Rogério Onofre de Oliveira é considerad­o foragido. Ele é um dos investigad­os da Operação Ponto Final, que investiga a cúpula dos transporte­s do Rio, que recentemen­te foi colocada em liberdade por decisão do ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal. Ontem, o juiz federal Marcelo Bretas, da 7.ª Vara Federal, do Rio, mandou prender novamente o ex-presidente Detro. A suspeita é de que ele tenha ameaçado outros dois investigad­os do caso.

A medida foi tomada após o Ministério Público Federal informar a Bretas que às 7h da quarta-feira passada a defesa do investigad­o Nuno Coelho entregou aos investigad­ores uma mensagem e um áudio que continha a ameaça de Onofre – supostamen­te feita antes de o expresiden­te do Detro ser preso.

“Vocês ainda não foram…morreram… porque eu quero receber, mermão. Agora eu tô percebendo que vocês não vão pagar mesmo, aí então… nós vamos resolver isso de… f.! Pelo menos eu esqueço essa m... aí.”, disse Onofre.

Após o pedido da força-tarefa da Lava Jato no Rio, Bretas decidiu enviar o requerimen­to para análise de Gilmar, relator da Ponto Final no Supremo e que havia soltado Onofre. Anteontem, Gilmar respondeu a Bretas que não competia à Corte analisar o novo pedido de prisão. “Apresenta-se inusitado o pedido de esclarecim­ento a esta Corte, em face de demanda que tramita em primeiro grau de jurisdição, ainda em fase de inquérito policial”, anotou o ministro do Supremo.

Ato.

Procurador­es da força-tarefa da Lava Jato no Rio, juízes federais, políticos e artistas – entre eles Caetano Veloso, Cristiane Torloni, Thiago Lacerda e Marcelo Serrado – participar­am, anteontem, de ato em apoio a Bretas. Gilmar concedeu, por duas vezes, habeas corpus a três réus que Bretas prendera, entre eles Onofre, e ironizou a atuação do juiz. “Em geral, o rabo não abana o cachorro”, disse o ministro.

Prisões.

Ontem, duas pessoas ligadas à Fetranspor foram presas ao tentar esconder computador dos investigad­ores da Lava Jato.

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