O Estado de S. Paulo

Cidade terá ‘coworking’ para produtores de games.

Indie Warehouse, inaugurado hoje, é primeiro ‘coworking’ para produtores de games do País

- Bruno Capelas

A partir de hoje, um galpão de mil metros quadrados no Lago Norte, em Brasília, vai ganhar moradores como robôs japoneses e heróis mitológico­s. Não é uma invasão: é a data marcada para a inauguraçã­o do Indie Warehouse, primeiro espaço de trabalho compartilh­ado (coworking) no Brasil dedicado a produtores e desenvolve­dores de games. Com capacidade para receber até cem pessoas todos os dias, o local quer transforma­r Brasília em um polo nacional de produção de jogos eletrônico­s.

À frente da iniciativa, está a Behold, um dos principais estúdios do País. Fundada em 2009, a empresa já fez jogos como Knights of Pen and Paper, que vendeu mais de 1 milhão de unidades. “Dividir espaços com outros produtores de games sempre foi importante para nós”, diz Saulo Camarotti, fundador da Behold. “Agora, podemos ter até 15 empresas ao nosso lado”, acrescenta Camarotti. Junto à Behold, três investidor­es-anjo apostaram no espaço, que começa suas atividades com 30% da capacidade ocupada e 10 estúdios diferentes.

Vida única. Para Camarotti, o principal motivo para criar um coworking dedicado aos games é a diferença dos negócios da área e de outras startups. “Investir num jogo tem um elemento de risco que não faz sentido para quem vive o cotidiano das startups”, diz o desenvolve­dor.

Outra vantagem para os estúdios presentes é compartilh­ar conhecimen­to e contatos. “Uma empresa com contato com Sony, Microsoft, Google e Apple pode abrir as portas para as outras”, avalia Fernando Chamis, presidente da Associação Brasileira de Desenvolve­dores de Jogos Digitais (Abragames).

Design de fases. Ao todo, o Indie Warehouse tem recepção, quatro salas de reunião e um espaço multiúso, que pode receber cursos para até 25 pessoas. Uma das metas da Behold é ajudar estudantes que querem fazer seus primeiros jogos. Há ainda um lounge, uma área externa com estacionam­ento para food trucks e um auditório para 50 pessoas.

O espaço é equipado com chuveiros e vestiários, já que o Indie Warehouse vai estar aberto de domingo a domingo, 24 horas por dia. “É bom para quando a gente precisa virar a madrugada acabando de fazer um jogo”, afirma Camarotti.

Moedinhas. Quem quiser estar no Indie Warehouse tem três possibilid­ades. Para visitar, não há cobrança, mas quem quiser ter sua empresa permanente­mente no local, “com direito a deixar todas as tranqueira­s aqui”, como diz Camarotti, paga R$ 600 por mês a cada funcionári­o. Há também um plano em que é possível pagar R$ 300 por pessoa, sem um local definido. “É para chegar e abrir o laptop onde der”, diz o desenvolve­dor da Behold.

Para Fernando Chamis, da Abragames, o espaço tem potencial para se tornar uma referência no País. “Brasília já é um espaço bacana e concentrar empresas pode atrair investidor­es”, diz. Segundo ele, a ideia pode ser copiada em outros Estados, como São Paulo e Rio Grande do Sul.

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ANDRE DUSEK/ESTADÃO Cenário. Área de mil metros quadrados tem salas para cursos e reuniões, além de auditório
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