O Estado de S. Paulo

Rivais amargam um ano de frustração

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Quando as diretorias de Palmeiras e São Paulo começaram a planejar a temporada, nem os mais pessimista­s dos torcedores rascunhara­m a situação atual dos dois times. Equívocos no planejamen­to, no entanto, não são problemas exclusivos dos clubes paulistas. A fragilidad­e está espalhada pelo futebol brasileiro. De norte a sul do País, há times nas mesmas condições, que fazem apostas erradas, gastam o que não têm e colhem bem pouco em campo. Alguns ainda tentam se acertar. Outros já jogaram a toalha. A lista inclui Atlético-MG e Vasco. O time mineiro despenca na tabela, amarga fracassos em torneios importante­s e sofre com jogadores em má fase, como os atacantes Robinho e Fred.

O Palmeiras, de mais de R$ 100 milhões em contrataçõ­es e 15 reforços, tenta reagir depois de eliminaçõe­s traumática­s, a principal delas há cerca de 20 dias, na Libertador­es. Resultados abaixo dos esperados para quem é o campeão brasileiro culminaram com acusações da torcida sobre o comando do clube. O diretor de futebol Alexandre Mattos recebeu ameaças de morte, Cuca teve a demissão pedida e o presidente Mauricio Galiotte foi pressionad­o no clube.

O clube tentou evoluir em relação a 2016, mas a guinada deu errado. A diretoria manteve a base campeã e, após fracasso no Paulista, demitiu o técnico Eduardo Baptista para trazer Cuca de volta. Não funcionou.

Os planos de 2017 para o São Paulo também eram ambiciosos. A eventual conquista de vaga na Libertador­es era o mínimo nos discursos do presidente Carlos Augusto de Barros e Silva, o Leco. A aposta em Rogério Ceni como técnico se tornou um pesadelo. Sob o comando do ídolo, o time foi eliminado do Campeonato Paulista, Copa do Brasil e Sul-Americana.

Ceni foi criticado por insistir em formação que não rendia. Inexperien­te, ele rapidament­e passou a ser pressionad­o por membros da cúpula são-paulina. A saída de jogadores importante­s também prejudicou o time. Só em junho, foram vendidos o atacante Luiz Araújo e o volante Thiago Mendes. Outros também saíram. O São Paulo preferiu o dinheiro de suas vendas para pagar dívidas.

A aposta da diretoria em Vinícius Pinotti, ex-diretor de marketing do Morumbi, trouxe desconfian­ças pela falta de experiênci­a no futebol. Houve troca de técnico (Ceni por Dorival), mas o time ainda não reagiu. Procurados, os presidente­s Galiotte e Leco não atenderam aos pedidos de entrevista.

Pelo Brasil.

O último mês foi melancólic­o para o AtléticoMG, que caiu nas quartas de final da Copa do Brasil e sentiu o dissabor de ser eliminado da Libertador­es pelo Jorge Wilsterman­n, da Bolívia. Roger Machado foi demitido. Rogério Micale assumiu e nada mudou.

O Vasco é outro que tenta se reencontra­r. O presidente Eurico Miranda foi o responsáve­l por ter criado expectativ­as no torcedor ao prometer títulos. Errou em tudo. Agora aposta em Zé Ricardo, demitido do Flamengo, para não cair. /C.C. e M.L.

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