O Estado de S. Paulo

IRMÃO DE TARDELLI EMPURRA A JUAZEIRENS­E

Juninho ainda sonha atuar junto com Diego

- Leandro Silveira

Aum jogo da classifica­ção para a final da Série D do Brasileiro, a Juazeirens­e aposta suas fichas em um jogador que une diferentes gerações da família Martins. Trata-se do meia Juninho Tardelli, filho de Zé Tadeu, ex-jogador com destaque no futebol paranaense nos anos 1980 e 1990, e irmão de Diego Tardelli, atacante com passagem pela seleção brasileira e hoje na China.

Juninho Tardelli está na Juazeirens­e há pouco tempo. Chegou ao clube no início de julho para a disputa do matamata da Série D. Desde então ele se tornou o dono da camisa 10, atuou nos 90 minutos dos últimos sete jogos na competição e fez dois gols. A experiênci­a pode acabar logo, pois seu contrato vai até o fim da disputa da quarta divisão nacional. Mas para ele isso não é problema. O irmão de Tardelli e filho de Zé Tadeu é um “andarilho da bola”, com passagens por mais de uma dezena de clubes, a maior parte deles do Rio Grande do Sul e Santa Catarina. Mas a experiênci­a pela Juazeirens­e é a primeira em um time nordestino.

Ele estava no futebol dos Emirados Árabes Unidos, no Ras Al Khaimah. Também atuou no Catar e Irã, no Mes Kerman, onde viveu péssima experiênci­a, pois empresário­s turcos roubaram parte do valor acordado em seu contrato, o que o levou a encerrar precocemen­te a passagem pelo clube. De modo geral, ele tem situação bem diferente de Diego Tardelli, que no início de 2015 trocou a idolatria no Atlético-MG, pelo qual havia acabado de marcar o gol do título da Copa do Brasil, pelos milhões de dólares do chinês Shandong Luneng – troca que também o afastou da seleção.

Sem o mesmo sucesso do irmão mais novo (Diego tem 32 anos, enquanto Juninho acaba de completar 34), ele viu o sobrenome do ex-jogador italiano Marco Tardelli, que o pai escolheu para homenagear em seu filho Diego, se tornar um apelido. “É uma honra ter o nome do meu irmão, pelo atacante que ele é. Sou fã incondicio­nal pelo que representa. É uma responsabi­lidade boa. Mas não há tantas comparaçõe­s porque somos de posições diferentes. Sou camisa 10 e ele, 9. Sou o cara que pensa (as jogadas)”, destacou.

Mas é do pai que Juninho parece seguir o legado. Afinal, herdou de Zé Tadeu a mesma posição em campo (meia) e a rodagem por diversos clubes do futebol brasileiro. “Meu pai rodou bastante também. Construiu muito respeito no Paraná Clube e depois no Londrina”, diz.

A rotativida­de impediu Juninho de realizar o sonho de jogar ao lado do irmão. Esteve perto de conseguir em 2009, quando o meia chegou ao Atlético-MG – Tardelli já se destacava por lá. Mas um empréstimo para o Tombense, do interior de Minas, e uma posterior transferên­cia frustrada para o futebol japonês separou de vez o caminho dos irmãos. “Meti os pés pelas mãos, podia ter renovado o contrato em Minas”, diz o meia.

Resta a eles a possibilid­ade de realizar o sonho de atuarem juntos nas tradiciona­is peladas de fim de ano, quando até o pai se junta aos meninos. “Não dá para jogar contra. Quem nos chama sabe que Tadeu, Júnior e Diego estão no mesmo time”, diz Juninho, que ainda espera ver o filho seguir o legado da família Martins em campo. “Bernardo Martins tem quatro anos e você vai ouvir falar muito dele ainda”, brinca.

Juninho está concentrad­o e tenta dar sequência à sua passagem pela Juazeirens­e. O clube já fez história ao se tornar o primeiro da Bahia a conseguir o acesso para a terceira divisão por meio da Série D, despachand­o rivais do Estado e times favoritos.

Nas semi, abriu vantagem com triunfo por 3 a 1 sobre outro clube potiguar, o Globo, com gol de Juninho. Hoje, às 17h, a Juazeirens­e joga para ir à final da Série D.

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CARLOS HUMBERTO/AGENCIA CH Experiênci­a. Juninho já jogou nos Emirados, Catar e Irã

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