BB cogita emissão externa de US$ 700 mi em bônus
OBanco do Brasil está monitorando o mercado de dívida externo para uma emissão de bônus no valor de US$ 700 milhões. A colocação, entretanto, depende essencialmente de preço. Por isso, a ideia é observar o ritmo das operações de outros emissores brasileiros após o Labor Day, no dia 4 de setembro, feriado do Dia do Trabalho nos Estados Unidos. O BB não acessa o mercado externo desde 2014. Em recente conversa com a imprensa, o banco sinalizou que poderia ir a mercado se o contrato de proteção contra eventual calote do Brasil (CDS) cair para 185 pontos-base. Hoje, o CDS brasileiro estava em 195 pontos-base, já considerado um nível expressivamente baixo dado o cenário interno. Outros bancos farão o mesmo exercício, acompanhando as próximas janelas para captar no exterior. A Caixa Econômica Federal é um deles e monitora com atenção o mercado para acessar novamente os investidores internacionais. Procurados, BB e Caixa não comentaram.
» Torneira aberta. A Fibria está fechando a negociação para um empréstimo sindicalizado de US$ 1,5 bilhão com um grupo de bancos estrangeiros e nacionais, preparandose para eventual aquisição da Eldorado. A fabricante de celulose estaria disposta a pagar até R$ 12 bilhões pelo ativo, da família Batista.
» Disputa. Até agora, a maior oferta foi feita pela indonésia April, de R$ 16 bilhões, montante considerado elevado pelo mercado e, na visão de especialistas, insustentável depois de um processo de diligência. Um dos fatores que contamina o balanço da Eldorado é o fato de créditos tributários, como ICMS, serem contabilizados como geração de caixa. A própria chilena Arauco, que chegou a negociar de forma exclusiva, ofertou inicialmente R$ 14 bilhões pela companhia, valor que caiu a R$ 11,5 bilhões após due dilligence.
» Com a palavra. Procurada, a Fibria reafirmou que, conforme já informado em Fato Relevante, tem interesse pela Eldorado, mas que, até o momento, não há nenhum movimento de negociação em curso pela aquisição da empresa. A Fibria disse que irá informar ao mercado sobre qualquer evolução nesse sentido. Confirmou ainda que foi procurada por diversos bancos que ofereceram linhas de funding em um volume “muito maior” do que montante o necessário, caso a companhia venha a fazer uma oferta pela Eldorado, uma vez que a empresa não pretende sobrepagar pelo ativo.
» Parrudo. O volume de emissão de ações neste ano no Brasil deverá chegar em até R$ 35 bilhões, com até 25 operações, calcula o diretor do banco de investimento do Itaú BBA, Roderick Greenlees. Até aqui, já foram 14 operações, que movimentaram cerca de R$ 24 bilhões. O resultado garante o melhor exercício para esse mercado em sete anos.
» Mais uma. A Algar Telecom está nos preparativos finais para fazer sua oferta inicial de ações (IPO, na sigla em inglês). Nos últimos anos, a companhia, que oferece serviços de tecnologia da informação e telecomunicações, já vinha com ampla estratégia de aquisições. Procurada, a Algar não comentou.
» Dói menos. O profissional qualificado está sofrendo menos com o elevado índice de desemprego no Brasil. A taxa de desocupação nesse nicho no segundo trimestre deste ano, segundo indicador da consultoria de recursos humanos Robert Half, ficou em 5,9%, ante um índice geral de 13%. No mesmo intervalo do ano passado, a taxa estava em 5,5%. Como profissional qualificado a consultoria considerou aqueles com 25 anos ou mais e com ensino superior. Ainda nesse segmento, o pico do desemprego foi registrado no primeiro trimestre de 2017, com 6,3%.
» Joias que valem pontos. A Dotz, programa de pontos do setor varejista, está diversificando suas parcerias para se consolidar no disputado mercado de fidelidade do Brasil. O novo alvo é a rede de joalherias Vivara. Em paralelo, a empresa negocia novos contratos. No primeiro semestre, a Dotz somou 23 milhões de usuários, número 18% superior ao visto em igual período de 2016.
» Na mira. Os programas de fidelidade também viraram um filão dos grandes bancos de varejo, que têm gastado mais com a iniciativa por conta do estímulo para o uso dos cartões de crédito pela sua base de clientes. Essas despesas alcançaram R$ 3,7 bilhões em 2016, um salto real de 85% ante os R$ 2 bilhões vistos em 2010, mostram dados recentes do Banco Central, compilados pela RD Consultoria em Varejo Financeiro.
» De volta à caça. A operadora de planos de saúde NotreDame Intermédica, controlada pelo fundo Bain Capital, prepara sua nona aquisição em dois anos. O negócio deve ser anunciado nos próximos dias e vem a reboque da desistência da companhia de listar ações na bolsa brasileira neste ano. Também foi engavetada a hipótese de venda de uma participação para um investidor estratégico. Os assessores Centerview Partners e BTG Pactual já não estão mais com mandatos para atender eventuais interessados na operadora.