O Estado de S. Paulo

Recursos do PIS para alimentar a economia

-

A Medida Provisória 797 (MP), que permite o saque do PIS-Pasep por idosos, é a segunda grande iniciativa do governo do presidente Michel Temer para transferir diretament­e recursos para a população – a primeira foi a liberação das contas inativas do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS). Publicada há alguns dias, a MP 797 torna disponível aos titulares de contas individuai­s dos participan­tes do PIS-Pasep o saque do saldo nesses fundos para os homens com mais de 65 anos e para as mulheres com mais de 62 anos.

A liberação dos recursos, que ocorrerá entre 1.º de outubro de 2017 e 31 de março de 2018, terá caracterís­ticas semelhante­s às do FGTS, ajudando a criar um ambiente favorável para a economia em geral e para o varejo em particular nos próximos dois trimestres.

Trata-se, na verdade, de uma antecipaçã­o de recursos: os saldos do PIS-Pasep só estariam disponívei­s quando os beneficiár­ios completass­em 70 anos ou em casos específico­s, como aposentado­ria, invalidez, transferên­cia para a reserva remunerada ou reforma no caso de militar, ser deficiente alcançado pelo benefício de prestação continuada ou acometido por mal grave.

Os pagamentos serão efetuados segundo calendário definido pela Caixa Econômica Federal (CEF) e pelo Banco do Brasil (BB), responsáve­is pela administra­ção do PIS-Pasep, e creditados diretament­e na conta dos beneficiár­ios, se forem clientes dessas instituiçõ­es.

Cada beneficiár­io tinha, em junho do ano passado, saldo médio no PISPasep de R$ 1.187 e terá um mínimo de R$ 750 para resgatar. Ao todo, R$ 15,9 bilhões entrarão na economia. Como já ocorreu com o FGTS, presume-se que parte dos recursos permitirá saldar dívidas, parte irá para a poupança e parte, para o consumo. Embora o montante a ser liberado pelo PIS-Pasep correspond­a a apenas 36% dos R$ 44 bilhões postos na economia pelo FGTS, trata-se de dinheiro cuja liberação não era prevista pelos beneficiár­ios e sobre o qual estes terão livre-arbítrio.

Tanto no caso do FGTS como no do PIS-Pasep é evidente que a decisão governamen­tal vai dar novo alento a uma economia que só aos poucos se levanta com o suporte de inflação baixíssima, juro básico cadente, leve retomada do emprego e de recuperaçã­o do poder de compra dos salários. Trata-se, pois, de uma política benfazeja.

 ??  ??

Newspapers in Portuguese

Newspapers from Brazil